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IBM apresenta os primeiros chips com arquitetura de apenas 5 nanômetros

IBM, GlobalFoundries e Samsung introduzem os primeiros chips produzidos em processo de litografia de 5 nanômetros, que prometem 40% mais desempenho e economia de energia em comparação aos processadores de 10 nanômetros; novidade no entanto vai demorar a chegar ao mercado.

7 anos atrás

O engenheiro da IBM Nicolas Loubet apresenta o wafer de 5 nanômetros

Nunca subestimem o departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da IBM. A companhia pode não mais ser a gigante de tempos passados mas quando o assunto é desenvolvimento de novas tecnologia, principalmente no que tange à componentes ela é praticamente insuperável.

Dois anos após nos brindar com os primeiros chips fabricados num processo de litografia de apenas 7 nanômetros, a IBM fez de novo e apresentou uma nova unidade de processamento de apenas 5 nanômetros. Isso aí, apenas 5 átomos de espaço entre os 30 bilhões de transístores acomodados em uma área pouco maior que a ponta do seu dedo.

Hoje o padrão da indústria caminha para adotar processadores de 10 nanômetros em larga escala, enfim deixando os de 14 nanômetros para trás. O grande problema é que o processo principal para fabricar os chips, o FinFET não consegue trabalhar abaixo dessa escala pelos métodos normais. A IBM, em uma parceria com a GlobalFoundries, a State University of New York e a Samsung conseguiram no entanto forçar a barra, utilizando uma liga de silício-germânio para empregar o processo de 7 nanômetros.

Tal gambiarra não possui escala, os chips sequer deixaram os laboratórios da IBM mas para todos os efeitos, o processo de fabricação FinFET (imagine transístores empilhados, de modo a ocupar uma área em 3D e não 2D para acondicionar mais deles) chegou ao seu limite. A Samsung dizia há algum tempo que era capaz de produzir chips de 5 nanômetros, mas ninguém botou fé mesmo ela sendo parceira da IBM, visto que o processo seria insano.

O chip de 7 nanômetros, apresentado em 2015: nem ele saiu dos laboratórios ainda

A bem da verdade o limite físico é de apenas um nanômetro, mas como fazer para prolongar ainda mais a Lei de Moore? A IBM desenvolveu no caso um novo processo de fabricação chamado GAAFET que volta para a disposição dos transístores em 2D e reduz a complexidade dos mesmos caso sejam menores que 28 nanômetros, aliada à tecnologia EUV (Extreme Ultraviolet) de litografia; esta utiliza um comprimento de onda muito curto, que aliado a transístores realmente pequenos e mais simples permitirá a impressão de um wafer com apenas 5 nanômetros.

E num momento de pura modéstia a IBM afirmou que poderá aprimorar o processo no futuro, chegando a uma litografia de ridículos 3 nanômetros.

O que isso significa em termos práticos? Segundo a fabricante os novos chips representam um maior desempenho, até 40% a mais se comparados com os chips de 10 nanômetros e consumindo até 75% menos energia, o que poderia em tese permitir a fabricação de processadores extremamente potentes e menos comilões. Um smartphone com essa tecnologia embarcada seria um monstro saindo da jaula (ainda que não rodasse Crysis) mas com uma bateria de autonomia medida em dias, não horas.

Só que isso ainda é um assunto para um futuro um tanto distante: a prioridade da IBM no momento é otimizar a produção dos chips de silício-germânio de 7 nanômetros e só então tratar os de silício de 5 nm. As parceiras interessadas na tecnologia, segundo a IBM só colocariam as mãos em ambos os processos em 2018 e aí podemos listar a parceira Samsung, a Qualcomm e a AMD. A Intel é concorrente direta, ela conta com seu próprio processo de litografia e no momento está apanhando para reduzir o processo de 10 para 7 nm. A TSMC, que fabrica os processadores móveis da Apple também conta com um método próprio e promete atingir o limiar dos 7 nm ainda este ano.

O mais provável é que só veremos os primeiros processadores de 7 nanômetros no mercado apenas em 2019 e os de 5 nm em 2021 a princípio para usuários corporativos de grande porte; soluções finais para o mercado consumidor, de desktops a smartphones devem demorar um pouco mais, logo é bom ter paciência.

Fonte: Ars Technica.

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