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Hugo Barra é o novo líder de RV do Facebook

Recém-saído da Xiaomi, Hugo Barra assume a liderança dos esforços em Realidade Virtual do Facebook, incluindo o comando da Oculus.

7 anos atrás

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Profissional bom é outra coisa: Hugo Barra não ficou nem uma semana sem emprego. Dois dias após anunciar seu afastamento do cargo de Vice-Presidente de Operações da Xiaomi o executivo se torna o mais novo membro da família Facebook, onde atuará como VP de Realidade Virtual e líder da Oculus.

A trajetória de Barra pelas grandes empresas de tecnologia é desconcertante. Mestre em Ciências e Engenharia da Computação no MIT, ele foi contratado pelo Google em 2008 após desempenhar um excelente trabalho na Nuance, em 2010 se uniu ao time do Android e em 2012 se tornou seu vice-presidente. Foi durante os anos em que esteve envolvido com o robozinho que diversas novidades foram introduzidas, como o Google Now e novas linhas de Nexus, além de ter se tornado a “cara” do sistema; era barra quem cuidava da parte de marketing do Android e também fez com que o time do sistema operacional, até então considerado um tanto “rebelde” dentro da companhia se integrasse mais aos demais do Google, o que beneficiou e muito a plataforma.

Em setembro de 2013 Barra aceitou o convite da Xiaomi e se tornou seu VP de Operações, com a missão de coordenar os esforços de expansão global da fabricante chinesa. De lá para cá seus smartphones fizeram presença em 20 países, embora ironicamente a estratégia reservada para o Brasil, país de origem de Barra deu muito errado; a Xiaomi se limitou a trazer dispositivos móveis de entrada com consideráveis atrasos e sequer cogitou a possibilidade de lançar seus tops de linha aqui ou mesmo adotar uma estratégia de vendas tradicional, se limitando a comercializar seus produtos apenas online. Conclusão, a Xiaomi jogou a toalha e deixou de atuar no Brasil.

Apesar dos pesares a gestão de Barra à frente da Xiaomi foi satisfatória: antes vista apenas como mais uma fabricante chinesa de Androids, ela hoje é uma multinacional que apesar de ter alguns problemas com design demasiadamente “inspirado” na concorrência, ainda consegue ter boas ideias.


Mark Zuckerberg — I'm excited that Hugo Barra is joining Facebook to lead all of our virtual reality efforts, including our Oculus team.

Só que a distância dos familiares e amigos não estava fazendo bem a Barra, que decidiu deixar amigavelmente seu cargo na Xiaomi para retornar ao Vale do Silício, e agora já sabemos o que ele vai fazer: Mark Zuckerberg confirmou nesta madrugada a contratação do executivo como o novo líder dos esforços em RV do Facebook, incluindo o comando da equipe Oculus. Ele assume a posição de Brendan Iribe, co-fundador da Oculus VR que até então atuava como seu CEO, tendo este partido para fundar sua própria companhia.

Zuck diz que Barra compartilha de sua visão que “a realidade virtual será a próxima plataforma da computação” e para isso ele não está poupando: a meta é injetar US$ 3 bilhões pelos próximos dez anos a fim de tornar a RV acessível. Como o Facebook vive de anúncios e coleta de dados, desenvolver um HMD como o Oculus Rift e manter a parceria com a Samsung (Gear VR) apenas para games e consumo de mídia é um notório desperdício. É desejo da rede social fazer com que todo mundo tenha um dispositivo compatível com RV em casa e que possa acessar as soluções do Facebook como, quando e onde desejar.

Por isso a escolha de Barra, que detém a expertise absorvida no Google (aka Glass e outros esforços) e Xiaomi, que desenvolveu um HMD próprio que apesar de precisar de um smartphone compatível custa inexplicáveis US$ 19,99, bem abaixo do Daydream View do Google (US$ 79). E entre os colaboradores que Barra terá à sua disposição estão o engenheiro, programador, game developer e entusiasta de foguetes John Carmack, o CTO da Oculus.

Falando em Carmack, sua antiga empresa Zenimax continua movendo um processo contra o Facebook e a Oculus, acusando o engenheiro de ter roubado código da companhia. Atualmente em julgamento, Carmack foi recentemente arrolado para depoimento e caso seja comprovado que houve roubo de tecnologia, o Facebook pode ser condenado a pagar royalites à empresa dona da id Software por cada HMD vendido no futuro, além de multa. Ainda que Barra não venha a se envolveu diretamente neste caso, é um pepino que ele terá de descascar dependendo dos futuros desdobramentos do caso.

Fonte: Facebook.

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