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Google muda regras do AdSense para ajudar produtores de conteúdo (e a si próprio, claro)

Novas regras do AdSense passarão a punir páginas individuais e não sites inteiros que infringem suas regras, que se tornarão mais claras para ajudar o produtor de conteúdo e o próprio Google.

7 anos atrás

Que o Google não é bonzinho todo mundo já sabe. Como qualquer outra empresa sua meta é fazer dinheiro e a companhia depende dos usuários para capitalizar, já que eles são o produto a ser negociado com seus parceiros. Mais de 90% da renda de Mountain View vem de anúncios, Android é troco de pinga e dessa forma, é importante contar com produtores de conteúdo sempre próximos de modo a veicular as propagandas de seus parceiros.

Problema, a plataforma AdSense há muito tempo deixou de ser amigável e nem falo da época em que ela realmente pagava muito para os publishers. Suas regras são confusas e incompreensíveis, basta uma pisada na bola (que o autor geralmente não sabe qual foi) para que o Google remova toda a propaganda do site e deixe-o a míngua. Isso vem desde muito antes do atual “YouTubecalypse” causado pela fuga dos anunciantes, que não querem suas marcas aliadas a sites e canais de discursos de ódio, pr0n, violência e em última análise, conteúdo irrelevante (o YouTube já está olhando torto para os Nutelleiros, já que seus clientes não querem ser linkados a esse tipo de material; por outro lado o Facebook já se adiantou a esse respeito).

O problema é que remover o AdSense de sites por completo não é interessante nem para o produtor de conteúdo, que pode não conseguir monetizar seu empreendimento de outra forma e nem para o Google, que deixa de fazer dinheiro ao excluir parceiros de negócios. E é esse o principal motivo que motivou a gigante a mudar as regras da plataforma de anúncios, com duas alterações cruciais:

  • primeiro, o AdSense passará a ser removido apenas das páginas individuais de um site ou blog que cometer violações e não mais de todo o domínio como ocorre hoje. Isso evita que o Google perca um parceiro em potencial por um único “deslize” (lembrando, quem define o que é conteúdo indesejado é o próprio Google) e ao mesmo tempo corta a grana da postagem problemática, mantendo seus parceiros comerciais satisfeitos e não ferindo o bolso dos publishers, que continuarão vendo a grana entrar em outras postagens. Ações que cortem o AdSense de sites inteiros continuarão a ocorrer, mas apenas quando a empresa julgar realmente necessário;
  • segundo, o Google vai lançar nas próximas semanas uma “Central de Políticas” do AdSense, de modo a finalmente clarificar seus critérios e facilitar o processo de correção de violações para os produtores de conteúdo. Assim, os autores não terão mais que atirar no escuro tentando adivinhar onde foi que vacilaram e por causa disso, deixaram de fazer dinheiro como um todo.

É claro que as mudanças no AdSense são reflexos da debandada de anunciantes, o que para o Google é algo extremamente preocupante; sem empresas dispostas a veicular suas campanhas a gigante simplesmente não tem como fazer dinheiro, e portanto é preferível adicionar um filtro especializado e observar com mais cautela o que os sites, blogs e canais postam de modo a cortar a grana apenas daqueles que realmente pisaram na bola, e não sair passando a foice em todo mundo e contar com cada vez menos outdoors para seus ads. Tal cenário não favorece ninguém, muito menos o Google.

A “Central de Políticas” trará informações detalhadas sobre quais postagens infringiram suas regras, quais elas realmente são e fornecerá os meios para que o administrador do site afetado possa corrigir o vacilo e volte a ter anúncios veiculados, de modo que tanto ele quanto o Google voltem a fazer dinheiro. Por enquanto a plataforma é voltada para sites e blogs, embora o diretor de Anúncios Sustentáveis Scott Spencer afirme que em breve estenderão a ferramenta para outras soluções monetizáveis da companhia; há a possibilidade que o YouTube seja o próximo (algo que os YouTubers querem muito, visto a polêmica mudança nos algoritmos que está prejudicando muita gente), mas não há nada confirmado.

Fonte: Google Blog.

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