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31 anos depois a bola de futebol da Challenger chega ao espaço

31 anos depois do desastre da Challenger uma das menores e mais insignificantes partes da Missão foi completada, mas isso não a torna menos digna de nota. Tem a ver com crianças, esperança e algo que não se vê todo dia nos EUA: uma bola de futebol.

7 anos atrás

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Em 28 de janeiro de 1986 uma turma de crianças da Concord High School, em New Hampshire assistia horrorizada e sem entender o ônibus espacial Challenger explodir, 78 segundos após o lançamento. Mais que uma tragédia pessoal, era uma tragédia pessoal para aquelas crianças. A bordo estava sua professora, Christa McAuliffe, que vencera 11 mil concorrentes no programa Professores no Espaço.

Christa treinou para ser especialista de missão, e daria uma aula direto do espaço, mas assim não quis o destino, ou melhor, assim não quis uma gaxeta de borracha que se esfarelou por causa do frio, provocando a ignição de um dos motores auxiliares e, bem, o resto é História.

Já se vão 31 anos, eu estava no colégio (acho) e como ainda não tinham inventado a internet, só fiquei sabendo no Jornal Nacional. Links ao vivo eram raríssimos e muito caros, algo rotineiro como um lançamento espacial não era transmitido ao vivo pra gente aqui na selva.

Foi terrível, corri pro telefone para ligar e avisar os amigos, enquanto olhava sem parar para meu querido kit Revell na estante, a Enterprise nas costas de seu 747. Até então acidentes no espaço eram pra mim história antiga. Eu sabia racionalmente que exploração espacial era algo perigoso, mas os shuttles… eles eram seguros, eles eram algo que se pareciam com o que deveria ser uma nave espacial. Um deles se chamava Enterprise!

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A professora McAuliffe não foi, claro, a única vítima da Challenger, entre os 7 astronautas estava Ellison Onizuka, que levava uma lembrança muito especial. Sua filha o havia presenteado com uma bola de futebol, idéia do time da escola. Seria a primeira escola me mandaria uma bola de futebol ao espaço.

Demonstrando a superioridade do nobre esporte bretão, a bola foi recuperada após o desastre, e exposta em um memorial na Clear Lake High School, onde a filha de Ellison estudava. Quem frequenta a escola agora é o filho do Tenente-Coronel Robert Kimbrough, que faz parte da tripulação da Estação Espacial Internacional.

Alguém teve a idéia de completar a missão da bola, o filho falou com o pai, que falou com umas 500 pessoas na NASA, e quem decide achou ótima a idéia. O Comandante Kimbrough decolou para a ISS em outubro de 2016, levando consigo a bola, assinada por todo mundo na escola.

Agora, depois de 31 anos a missão está cumprida.

É um gesto bonito, simbólico, o feito em si não é nada demais para a gente, afinal quem precisa de foguetes para colocar bolas em órbita quando se tem o Rivelino? Mas a mensagem é clara: apesar de todas as adversidades, apesar de todos os problemas, nós vamos chegar ao espaço. É nosso destino.

E que fique a mensagem que abre o Jornada nas Estrelas 4, lançado no mesmo ano que o desastre da Challenger:

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O elenco e equipe de Star Trek desejam dedicar este filme aos homens e mulheres da nave espacial Challenger, cujo espírito corajoso sobreviverá até o século 23 e além…

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