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Bill Gates alerta para os riscos de bioterrorismo

Bill Gates alerta que um ataque biológico terrorista pode matar 30 milhões de pessoas em um ano. Será verdade? E o que devemos fazer para evitar isso? A Guerra Biológica finalmente se tornará realidade? Bem, na verdade ela começou pelo menos em 1200 AC.

7 anos atrás

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Guerra biológica não é nenhuma novidade. Textos hititas de 1200 AC falam de pessoas com doenças contagiosas infiltradas em território inimigo. Na Idade Média corpos de vítimas da Peste Negra eram lançados em castelos sitiados ou em poços, para contaminar o suprimento de água. 

Durante muito tempo todo país que podia investigou a possibilidade de utilizar microrganismos para atacar seus inimigos. Com o tempo isso saiu de moda. Oficialmente por motivações morais, mas do ponto de vista realista, armas biológicas apenas não são eficientes. Por isso a idéia de que AIDS seria uma arma biológica é hilária: imagine uma arma que leva anos para se manifestar.

Uma preocupação é que armas biológicas, mesmo que não  sejam práticas militarmente, possam ser usadas como armas de puro terror. Bill Gates levantou esse ponto, na Convenção de Segurança em Munique.

Advance News Corner — Bill Gates: Pathogen Could Kill 30m in a Year

Diz ele que estudos apontam que uma epidemia de uma doença transmitida por via aérea pode matar 30 milhões de pessoas em um ano, e que é preciso levar a sério essa ameaça.

Os EUA concordam, a DARPA tem um projeto que em teoria consegue disponibilizar um tratamento para uma nova doença epidêmica em 60 dias, mas isso é ser extremamente otimista. Por outro lado, é improvável um ataque biológico desses.

Os mecanismos de dispersão exigem uma logísticas que grupos terroristas simplesmente não têm. É um projeto de anos e que levantaria suspeitas em dezenas de agências de inteligência. Eu sei, um balde de Antraz é suficiente para matar toda a população do planeta mas, se você começar a produzir Antraz nessa quantidade, acidentes vão acontecer e logo o SEAL Team 6 estará na sua porta.

Pessoas também não costumam colaborar com modelos de dispersão de doenças, vide o fiasco (ao menos para as doenças) que foram Ebola, SARS e outras epidemias que juraram iriam destruir o mundo. O mundo moderno é limpo demais para uma nova Peste Negra.

Claro, um organismo transmitido por vias aéreas, com enorme período de incubação, fase contagiosa assintomática longa e altíssima mortalidade daria trabalho, mas esse organismo ou não existe ou está feliz e tranquilo nas florestas do Congo.

As chances de ser criado artificialmente são mínimas: há pouca gente no mundo com conhecimento pra isso, levaria anos e custaria uma fortuna. De novo, coisas que chamam a atenção, seja da comunidade de inteligência diretamente, seja dos vizinhos.

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Terroristas gostam de planos simples pois sabem que planos complicados tendem a não funcionar. Convenhamos, atropelar uma cabeçada de gente com um caminhão, não tem erro. Complicado seria invadir o Louvre, espalhar Antraz no sistema de combate a incêndio, simular uma explosão e contaminar todo mundo.

Talvez a maior prova de que ataques químicos e biológicos sejam complicados e ineficientes demais é o fato de que são raríssimos. O ataque terrorista químico mais recente foi o do metrô de Tóquio, que no final matou 12 pessoas. Em 1995. De novo, o caminhão é mais eficiente.

Coisas simples como contaminar suprimento de água não são nem tentadas, não valem o esforço. Jogue um caminhão de Ebola na Cantareira e você termina com Ebola Homeopático. E o efeito final é bem menos dramático que uma bomba. Terroristas, assim como SJWs, gostam de drama, não de resultados objetivos. Ataques biológicos carecem dos dois.

Quer dizer que não devemos ligar para ameaças, que Bill Gates está errado? Não, claro que não, é sempre bom estar atento, e pesquisas para reagir rápido a novas doenças são sempre bem-vindas, é apenas questão de, apesar de o Fantástico provavelmente fazer uma matéria alarmista em cima disso, saber que não é algo com o que você deva perder seu sono.

Fonte: Next Big Future.

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