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Pressão de executivos da Samsung teria condenado o Galaxy Note7

Pressão interna na Samsung para superar o iPhone 7 levou a prazos de produção apertados do Galaxy Note7; esta em tese seria a origem do bug explosivo.

7 anos e meio atrás

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Fato: o Galaxy Note7 bombou mas não como a Samsung queria. Uma falha de projeto primária e grotesca condenou mais de 2,5 milhões de aparelhos, ao introduzir o exclusivo feature explosivo. Isso levou a companhia a interromper as vendas globais e iniciar um recall (que em alguns lugares será forçado), mas o estrago já está feito, o aparelho dificilmente venderá quanto poderia.

Agora resta ir atrás da causa, e segundo uma fonte interna ela está bem mais próxima do que se imaginava: trata-se da própria Samsung.

O grande causador da derrocada do Note7 foi a ganância dos executivos da companhia sul-coreana, obcecados com a missão de fazer com que o foblet fosse um sucesso de vendas e vencesse (vã ilusão…) o iPhone 7, que chegaria as lojas na mesma época. Ao ouvirem no início do ano que ele representaria uma atualização apenas incremental, o que acabou não sendo verdade (a retirada da entrada P2, a mudança do botão Home e as duas câmeras do iPhone 7 Plus) o corpo executivo decidiu capitalizar em cima da segunda linha premium da Samsung, aproveitando a falta de inovação aparente e introduzir uma série de novidades. Foi assim por exemplo que o Note7 ganhou o scanner de íris.

Segundo a fonte, tal pressão por parte dos executivos se refletiu de forma bastante negativas, com prazos apertados e exigências demasiadas para que o Note7 fosse o smartphone mais inovador e desejado de 2016, posicionando-o bem à frente do rival e atingindo números de venda maiores do que tradicionalmente alcança. Uma das exigências era justamente referente à bateria: a do Note 5 possuía 3.000 mAh, mas os executivos queriam uma de 3.500 mAh sem comprometer o design do aparelho. Nota-se que o Note7 é minimamente maior que seu antecessor (153,5 × 73,9 × 7,9 mm contra 153,2 × 76,1 × 7,6 mm do Note 5; ele é inclusive mais leve, 169 g contra 165 g), logo os técnicos teriam que rebolar para espremer mais 500 mAh basicamente no mesmo espaço. E agora se vê que não conseguiram.

A subsidiária Samsung SDI foi a responsável pelas baterias, mas há a informação de que a matriz provavelmente sabia que haviam problemas: a Comissão de Segurança de Produtos para Consumidores dos EUA (CPSC) alega que a bateria em si é grande demais para o case do Note7, e não há como os cabeças da companhia não saberem disso. Não obstante a Samsung não está trabalhando em sincronia no país quanto ao recall, o que levou à Comissão introduzir o seu próprio. Até o momento a empresa afirma que apenas 130 mil Galaxy Note7 foram devolvidos, o que representa apenas 5,2% do total de foblets comprometidos. E eles continuam explodindo.

Fonte: Bloomberg.

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