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Rapidinhas Yahoo!: ads invasivos e acordo com Verizon pode ir por água abaixo

Enquanto a Verizon ameaça pular fora do acordo, nova patente do Yahoo! descreve método de veiculação de ads em público com coleta de dados em tempo real.

7 anos e meio atrás

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É, as coisas não andam nada fáceis para o Yahoo!. Após as recentes polêmicas em que a empresa se envolveu (aqui e aqui) era de se esperar que a negociação com a Verizon, que desembolsaria ridículos US$ 4,83 bilhões para compra-la (para uma empresa que já valeu em US$ 125 bilhões, isso é troco de pinga) seria balançada. Embora os rumores em torno do pedido de desconto não tenham sido confirmados, um porta-voz da operadora foi bem claro quanto à outra possibilidade: é possível que o negócio seja de fato desfeito.

Em declaração à mídia, o vice-presidente executivo e conselheiro geral para Políticas Públicas da Verizon Craig Silliman afirmou que há uma "base razoável" para que o conselho da operadora acredite que as recentes pataquadas afetaram o valor do Yahoo! de tal forma para que a oferta de compra seja retirada de fato. Mencionando diretamente o vazamento de mais de 500 milhões de contas de usuários e evitando fazer referência à colaboração (a mando de Mayer) com as agências governamentais, Silliman diz que o impacto material faria a empresa não mais valer o montante oferecido.

Isso entra em sintonia com o rumor do desconto, visto que segundo fontes Mayer teria se recusado a fazer qualquer tipo de abatimento de modo a proteger os interesses dos investidores (especialmente do CEO da Starboard Venue Jeffrey Smith, que já não vai com a cara da Loura Má™ e deve estar fulo da vida com essa situação). O executivo informa que a Verizon está esperando que o Yahoo! prove que a brecha não depreciou a companhia, o que sendo sincero é algo impossível. E nem estamos contando com a avalanche de processinhos que virão por conta da invasão autorizada pela CEO da NSA e  do FBI.

No momento a aquisição já foi aprovada pela FTC, e a Verizon aguarda o sinal verde da Comissão de Títulos e Câmbio dos EUA e (essa pode ser uma pedra no sapato) da Comissão Europeia. A Verizon está analisando ela mesma suas opções e caso constate (acertadamente) que está se metendo numa fria, irão retirar a oferta e deixar o Yahoo! se afundar ainda mais.

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Enquanto isso a imagem do Yahoo! junto ao público, que já não anda boa devido aos acontecimentos recentes acaba de piorar por causa de uma nova patente, que descreve um novo método de veiculação de ads para lá de invasiva (embora seja uma ideia interessante, cientificamente falando). Publicada recentemente, o método chamado "Outdoors Inteligentes" utiliza geolocalização e coleta massiva de dados para exibir propagandas relevantes e dinâmicas às pessoas em uma determinada localidade.

Funciona assim: os painéis digitais, que segundo a visão do Yahoo! seriam dispostos em vias públicas, bares, aeroportos, estações de trem e metrô, terminais de ônibus, transportes públicos e outras localidades seriam conectados à nuvem e se alimentariam de uma miríade de fontes: smartphones, tablets, GPS, câmeras, microfones, satélites, microfones, sensores biométricos, drones... enfim, qualquer coisa que possa coletar dados de usuários e transmitir à internet. Dessa forma, os painéis saberiam quem está nas proximidades e passariam a exibir ads direcionados a um indivíduo ou a um grupo no mesmo local que compartilhem de gostos e preferências.

Eu diria que isso é um pesadelo Orwelliano, mas está mais para Aldous Huxley mesmo. A patente dá exemplos de ads em outdoors externos que calculam o tempo de um congestionamento, e exibem propagandas pertinentes àqueles público, ou identificar os modelos dos veículos com ajuda de câmeras instaladas. As possibilidades seriam diversas, os painéis saberiam quem está olhando para ele e exibiria um ad especificamente para aquele público.

Pode até ser que tal patente não se torne um produto real (há uma série de implicações técnicas e legais), mas levando em conta que Mayer adora coletar dados e repassar para os federais tal proposta vindo do Yahoo! nem surpreende.

Fontes: Ars Technica e Reuters via CNBC.

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