Carlos Cardoso 8 anos atrás
Satélites são legais e tchuns mas por causa do maldito Einstein eles têm um problema insolúvel: latência. Como a velocidade da luz é finita, e bem lenta, se você colocar um computador do lado do outro, conectados através de um satélite na órbita de Clarke o ping seria de 243 ms, tempo do sinal subir até 36.500 km e descer de volta. Isso tornaria impraticável a internet e principalmente os jogos online.
O truque é usar cabos submarinos. Na pior das hipóteses um cabo dando a volta ao mundo na altura do Equador teria 40.000 km, a menor distância percorrida por um sinal para um satélite são 73.000 km.
Some a isso as exigências de banda de uma infraestrutura de nuvem, que na prática significa DataCentres do mesmo jeito, e a saída é puxar cabo, aumentando uma infraestrutura que já é imensa.
Eu não quero nem imaginar o tamanho do alicate para crimpar um desses cabos CatMotumbo, mas é exatamente o que a Microsoft e o Facebook encomendaram. Começando em agosto agora e terminando em outubro de 2017, o cabo MAREA terá capacidade inicial de 160 Tb/s, se estenderá por 6.600 km e ligará os EUA a Bilbao, Espanha.
Será o cabo transatlântico de maior capacidade, com oito pares de fibra óptica. A decisão, que custou uma baba, é justificada pelos clientes da plataforma Azure da Microsoft, já no caso do Facebook não sei, talvez pro Mark acessar o Dropbox mais rápido, já que os usuários dele só sabem subir vídeo em 360p na vertical.
O cabo será gerenciado pela Telxius, uma subsidiária da Telefonica que provê infraestrutura de gente grande, com 150 mil torres de celular e 31 mil quilômetros de cabos submarinos espalhados pelo mundo. Muito provavelmente a banda ociosa será revendida, como o Google faz com o cabo de US$ 300 milhões que instalou, ligando EUA ao Japão um tempo atrás.
Fonte: PR Newswire.