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Lockheed Martin quer chegar em Marte em 12 anos, mas não pousar

A Lockheed Martin está propondo uma missão para Marte em 12 anos. A pegadinha é que não vão pousar. Parece decepcionante mas se pensarmos bem faz todo o sentido.

8 anos atrás

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Hoje quando imaginamos uma missão a Marte, é pacote completo. Nave-mãe orbital, rovers, módulos de pouso, habitat, batatas, Matt Damon. Por isso é algo tão caro e sempre daqui a 30 anos. Só que não é dessa forma que estamos acostumados, nosso histórico de exploração espacial é mais passo-a-passo. Certo, visitamos pessoalmente UM corpo celeste, mas ainda é um histórico.

Antes de Louis Armstrong caminhar na Lua muita coisa aconteceu, começando com a Luna 2, sonda russa que foi o primeiro objeto criado pelo Homem a chegar na Lua.

O Projeto Apollo envolveu muito mais que as alunissagens, foram dezenas de vôos não-tripulados e testes. Somente na Apollo 7 foi lançada uma missão tripulada, que permaneceu em órbita da Terra.

A Apollo 8 testou se era possível ir até a Lua. Foram, fizeram 10 órbitas e voltaram, os módulos de pouso e comando ainda não tinham sido construídos e testados.

A Apollo 9 fez em órbita da Terra o primeiro teste de acoplagem dos módulos de comando/serviço e pouso.

A Apollo 10 foi até a Lua, testaram as manobras de reencontro entre os módulos e chegaram a 15 km da superfície, mas o pouso foi só na… Apollo 11. O Jipe Lunar só foi lançado na Apollo 15.

Mesmo ignorando todos os testes não-tripulados, a missão marciana “ideal” englobaria o equivalente às apollos de 7 a 11. As chances de algo dar errado são muito grandes.

A proposta da Lockheed Martin é ir com calma, há muito o que fazer em Marte mesmo sem pousar. O que sugerem é uma nave que faria o papel de posto avançado, com duas cápsulas Orion que explorariam Fobos e Deimos, e Marte principalmente.

Eles fariam excursões aos satélites, e convenhamos “andar” em Fobos deve ser legal pra caramba:

Phobos_colour_2008

Em uma estação orbitando Marte o atraso na transmissão para o planeta seria desprezível, o que significa que robôs, rovers, aviões poderão ser pilotados remotamente com muito mais agilidade do que hoje, quando qualquer coisa leva até 40 minutos entre sinal ser recebido e enviado de volta.

As missões de retorno de amostras de Marte são ainda teóricas, custam uma fortuna e trarão poucas gramas de material. Foguetes simples podem ser usados para mandar amostras da superfície não para a Terra, mas para a Estação Orbital, onde cientistas fariam em um dia experimentos que um robô levaria um mês.

A Lockheed diz ter ou estar desenvolvendo tecnologia para lançar uma missão assim em 2028. Todo mundo da área acha viável, ao contrário da proposta da NASA de um pouso tripulado na década de 2030 que dificilmente será algo tão completo.

Acima de tudo essa missão precisa acontecer por causa disto:

Deimos-MRO

Deimos, o menor satélite de Marte, com 15 km em sua maior extensão. A gravidade dele é pífia, a aceleração gravitacional na superfície é de 0,003 m/s². A da Terra é em média de 9,8 m/s².

Isso significa que a velocidade de escape, que na Terra é de 11,2 km/s em Deimos é de… 20 km/h.

Um astronauta no ponto mais alto de Deimos pode pegar uma pedra, lançar e depois de algum tempo ela passará por ele de novo. Um humano consegue em Deimos com a força de seu braço colocar um objeto em órbita. Isso é cool demais de se pensar.

Fonte: Popular Science.

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