Ronaldo Gogoni 7 anos e meio atrás
Uma coisa que já ficou clara é que políticos fingem que odeiam pr0n, e por estarem sempre preocupados com as pobres criancinhas indefesas vivem se movimentando para impedir que os floquinhos de neve acessem material indevido na internet, essa grande vilã libidinosa e promíscua.
Não somos exceção, por aqui há o Projeto de Lei que busca exibir que todos os usuários se identifiquem todas as vezes em que se conectarem, de modo que ao identificar um menor o filtro anti-pr0n entra em ação. E claro, não tem como isso dar certo.
Lá fora há medidas semelhantes. O Reino Unido implementou um filtro pr0n tão eficiente que barrou todos os sites de sacanagem, incluindo aí o do próprio Parlamento. Como o bloqueio de material educativo é default o usuário que quer curtir uma sacanagem é obrigado a entrar em contato com seu provedor de modo a solicitar a liberação do acesso. E ninguém gosta de expor suas intimidades a quem quer que seja.
E claro, no melhor estilo "alguns são mais iguais que os outros" os políticos britânicos não eram nem um pouquinho santos.
Essa mesma tática foi colocada em ação na Índia, só que diferente dos britânicos o país não deu opção aos usuários, eles ficaram sem acesso a sacanagem e pronto. Obviamente que a ação desencadeou um sem número de protestos e reclamações, e no fim das contas o governo deu para trás.
Agora o mais novo país a filtrar pr0n é Israel.
O comitê legislativo aprovou uma lei que nos moldes do projeto britânico, cria um filtro que passará a bloquear por padrão todos os sites pron da internet. O argumento utilizado pelos juristas locais é de que o acesso de material educativo por menores de idade "não é mais difícil do que comprar um sorvete". E é verdade, só que a responsabilidade de barrar o que os pequenos acessam deve ser em primeiro lugar dos pais, e não do Estado-babá.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu será o responsável por definir os guidelines do filtro, mas a regra principal é a mesma em vigor no Reino Unido: o usuário que quiser consumir pr0n será obrigado a solicitar o acesso à sua operadora via atendimento online, e-mail ou telefone.
O projeto ainda precisa passar pela aprovação do Parlamento mas desde já levanta as mesmas preocupações do sistema britânico: a criação de um banco de dados com informações dos usuários consumidores de pr0n, a fim de identificar seus hábitos e classificar o que é considerado ofensivo ou não, o que em última análise só vai gerar dor de cabeça àquele que só quer curtir o Xvideos em paz: é claro que não vão pegar nenhum pedófilo com isso, esse pessoal usa outros métodos de acesso.
Para mim a regra de ouro é bem clara: os pais são os responsáveis. Eles devem regular o que seus filhos assistem e acessam na internet e o estado não tem nada que meter o nariz, apenas dificultando a vida de quem não faria mal a uma mosca e só quer curtir um pr0n sem ter que informar a ninguém o que acessa ou deixa de acessar.
Fonte: RT.