Ronaldo Gogoni 8 anos atrás
Em seus quase três anos de vida o Projeto Loon evoluiu bastante. Os balões atmosféricos que levam internet de alta velocidade a áreas remotas do planeta já percorreram mais de 17 milhões de quilômetros, contratos com operadoras já foram fechados e embora ainda não seja uma forma estável de contar com conexão à rede, é melhor do que nada para muita gente.
Claro que um projeto desse tamanho não agrada todo mundo. Quando o Google anunciou que iniciaria uma bateria de testes nos Estados Unidos uma legião de luditas encheu a caixa do correio da Comissão Federal de Comunicações (a FCC), dizendo que os balões seriam a causa de tudo de ruim que existe no mundo.
Vamos recapitular: o Projeto Loon visa criar uma enorme rede de balões estratosféricos para levar internet de graça em alta velocidade. A resistência e manobrabilidade dos balões foram melhoradas em muito desde o anúncio do projeto em 2013 e embora se pareça com um programa de caridade, não podemos esquecer que o Google vive de anúncios e quanto mais gente conectada utilizando seus serviços, mais dinheiro pinga na caixinha da Dona Baratinha. Os balões também foram testados no Brasil, com excelentes resultados.
Só que nem todos estão vendo os balões com bons olhos. Bill Gates foi de forma surpreendente um dos primeiros a descer a lenha no Google, utilizando a carta “com tanta gente passando fome” sem entender que Mountain View não está fazendo caridade. Agora que os testes no território norte-americano se aproximam uma nova rodada de reclamões surgiu, na forma de um monte de luditas que escreveram diversas reclamações para a FCC, dizendo que os balões representam uma ameaça: aumento de exposição a radiação, microondas, radiofrequência, etc. etc. etc…
Claro, não para por aí: no meio das queixas há algumas de companhias que afirmam que os balões do projeto poderiam causar interferência em suas próprias redes, o que é balela — o que não querem é concorrência.
O Google não quer ver o Loon ser derrubado dos céus por puro FUD e encaminhou um documento do FCC, explicando que o projeto é totalmente inofensivo e não representa ameaça nem ao meio ambiente, tampouco às pessoas. Na verdade, por operarem em altitudes de até 22 km os radio-transmissores “são mais inócuos do que outros métodos que a comissão normalmente autoriza a operarem”, como o Google sabiamente cutucou.
É fato que os balões deverão passar pelo crivo do FCC, mas seria muita sacanagem ver o Loon tomar uma canseira da FCC por pura encheção de saco de um bando de pessoas que ainda acha que celulares causam câncer e de companhias que não querem ver uma gigante entrando em sua área e ameaçando seus negócios.
Fonte: Business Insider.