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Updates da linha Pixel continuarão sendo controlados por operadoras

Não aprenderam a lição: versão do Google Pixel vendido pela Verizon terá bootloader bloqueado e updates serão controlados pela operadora.

7 anos atrás

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Uma das maiores vantagens que usuários de iPhone costumam contar sobre os donos de Android (não se aplica ao Windows 10 Mobile, mas quem se importa com ele?) é o compromisso com as atualizações dos aparelhos. Com ou sem contratos de operadoras, os updates passam por cima de todo mundo e chegam sempre no dia marcado, uma das coisas que Steve Jobs não abriu mão de jeito nenhum.

Já o Google entregou as chaves nas mãos das fabricantes e operadoras de telefonia: as primeiras são as responsáveis pelas atualizações do Android e podem decidir libera-las ou não, enquanto o segundo grupo atua como mais uma barreira: aparelhos bloqueados costumam receber as novidades bem depois.

O Google Pixel representaria uma mudança de paradigma: o primeiro atravessador, o fabricante foi retirado da equação (ainda que a HTC seja a responsável, tal qual a Foxconn ela atua apenas como manufatura) e isso elimina a primeira barreira nos updates do Android puro, o que é o mínimo aceitável se você quer oferecer um iPhone killer.

Só que Mountain View não fez o dever de casa por completo. No anúncio dos novos smartphones a companhia revelou que a Verizon seria a operadora "exclusiva" que venderá os gadgets atrelados a planos, mas isso não é bem verdade: ele também pode ser comprado através do Project Fi e desbloqueado na Google Store e em lojas de departamentos nos EUA, porém pelo preço full que começa em US$ 649.

Esse no entanto não é o principal ponto negativo. O Google confirmou ao site 9to5Google que a Verizon atuará da mesma forma que o faz com os demais Android, decidindo quando irá liberar os principais updates de sistema para os Pixel e Pixel XL que vender.

As atualizações mensais de segurança serão fornecidas pelo Google para ambas as versões (de operadoras e desbloqueados); já as atualizações de sistema serão gerenciadas pela Verizon para seus modelos e pelo Google para os desbloqueados vendidos através da Google Store (o que se aplica aos oferecidos no varejo)”.

O que isso significa? Que o Google mais uma vez vai permitir que a Verizon (e seguramente as demais operadoras) meta a mão em seus aparelhos bloqueando o bootloader, atrasando a liberação de atualizações sensíveis (ainda que não as mensais) e atoche os Pixel de bloatwares (que muito provavelmente não poderão ser desinstalados sem root). Nada diferente do que já acontece hoje.

Por outro lado, quem comprar o iPhone 7 ou 7 Plus na mão de uma operadora receberá um smartphone idêntico a um desbloqueado, que é atualizado no dia em que a Apple liberar os pacotes e sem nenhum app a mais para encher o saco. E com a vantagem de em muitas vezes pagar bem menos por ele. No Android essa é uma vantagem que nem sempre vale a pena.

O Google teve a chance perfeita para fazer o que a Microsoft fez, de se livrar de uma vez por todas do jugo das operadoras mas outra vez preferiu abaixar a cabeça e deixa-las fazer o que bem entendem. Só por essa pisada de bola o Pixel já perde vários pontos na corrida contra o iPhone 7, e comprar um desbloqueado vai continuar (pelo visto por muito tempo) como a única opção viável para adquirir qualquer Android.

Fonte: Ars Technica.

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