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EUA: senadora acusa Apple, Google e Amazon de barrarem competição

Elizabeth Warren, possível vice de Hillary Clinton diz que Apple, Amazon e Google abusam de seus status para impedir pequenos de competirem no mercado

8 anos atrás

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Para a senadora Elizabeth Warren, Apple, Google e Amazon abusam de suas posições para esmagar competidores menores

Dependendo dos resultados das urnas nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, as grandes empresas de tecnologia poderão passar por momentos turbulentos no futuro. A senadora do estado de Massachusetts Elizabeth Warren (que está sendo cotada como a futura vice na chapa de Hillary Clinton, caso esta venha a ser mesmo a candidata do Partido Democrata) fez duras críticas à Apple, Google e Amazon, acusando as três de abusarem de seus status como gigantes do setor para não darem chances à concorrência.

Essa discussão não é exatamente nova. O Google anda comendo o pão que Robespierre amassou no Velho Mundo, visto que a Comissão para a Competição da União Europeia quer de todo jeito ferrar com Mountain View; seja obrigando-a a se adequar ao Direito ao Esquecimento, procurando multá-la pesadamente e até mesmo considerando partí-la em duas, além de obrigá-la a dividir seu bem mais valioso, seu algoritmo de buscas com a concorrência para equilibrar o jogo. O motivo é simples: por ser "bom demais" o Google eclipsa todos os competidores diretos, que efetivamente morrem no berço. E isso porque não estamos mencionando as práticas questionadas pela Comissão a respeito do Android.

Nos EUA as leis antitruste costumam ser bem mais brandas, desde que uma empresa não seja caracterizada como um monopólio de facto elas podem prosseguir com seus negócios. Só que a senadora Warren não está tão disposta a deixar que as coisas continuem como estão. Em discurso nessa semana ela acusou diretamente Apple, Amazon e Google de abusarem de seus status e poder no mercado para impedir empresas menores e mais novas de crescerem o bastante para se tornarem ameaças.

Warren deu como exemplo o controle ferrenho que a Apple exerce sobre sua plataforma e as práticas abusivas que coloca em prática a fim de criar vantagens para si, como ditar os rumos da indústria da música (e não podemos esquecer do cartel dos e-books). Para ela é bom que essas empresas tenham criado tantas coisas úteis a nós, mas elas são poderosas demais e por causa disso se tornam empecilhos à concorrência e consequentemente, à inovação:

Google, Apple e Amazon criaram tecnologia disruptivas que mudaram o mundo, e merecem o sucesso e o lucro que têm (…). Mas as portas devem permanecer abertas para novos e pequenos competidores, para que estes tenham também a chance de mudar o mundo mais uma vez

Não é como se não existissem pequenas iniciativas disruptivas que detonaram mercados consolidados: o AirBNB hoje vale mais que a rede Hilton, sem ter um quarto sequer; o mesmo pode ser dito do Uber que não tem um único carro, não contrata motoristas mas está dando canseira em taxistas por todo o globo. Por outro lado, o formato de negócios das três citadas por Warren (ela também criticou o Walmart e a Comcast, mas estranhamente poupou o Facebook) abrangem diversos negócios e serviços que acabam por cativar o usuário de diversas formas, de modo que este não tem interesse em procurar outras opções.

Eu não creio que na possibilidade de Hillary Clinton ser eleita (ela também andou tecendo críticas do tipo recentemente) e Warren ser sua vice, as grandes companhias de tecnologia passarão por apuros similares aos do Google na Europa, mas é bem provável que elas tomem uma bela canseira por terem se tornado grandes demais e por conta disso, uma ameaça à inovação.

Agora, se o Trump ganhar…

Fonte: recode.

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