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Desenvolvedores protestam contra criador do Oculus Rift

Após polêmica por Palmer Luckey financiar grupo que faz campanha a favor de Donald Trump, estúdios indie anunciam que não lançarão mais seus jogos para o Oculus Rift.

7 anos e meio atrás

luckey

A política costuma ser um assunto muito delicado e se você é uma pessoa famosa, a melhor coisa que pode fazer é evitar ao máximo se envolver com o assunto. Pois essa é uma lição que o fundador da Oculus VR parece ter aprendido a duras penas.

Tudo começou na semana passada, quando o site The Daily Beast descobriu que Palmer Luckey estava financiado uma organização chamada Nimble America. Sob o pseudônimo NimbleRichMan, um dos mentores do Oculus Rift havia doado US$ 10 mil para a organização sem fins lucrativos cujo objetivo é apoiar a campanha de Donald Trump, candidato a presidência dos Estados Unidos.

Tal atitude até poderia ser ignorada por boa parte das pessoas, mas além de Trump não ser bem visto por muitos por suas declarações, o grupo faz sua “campanha” criando memes contra Hillary Clinton e para piorar, eles teriam ligação com o Trump Pence, local que se tornou o ponto de encontro para a divulgação de mensagens racistas, sexistas e antissemitas.

Com a mídia cobrindo amplamente o caso, Luckey usou sua conta no Facebook para se desculpar, admitindo a doação para o grupo e dizendo que fez isso por acreditar que eles tinham ideias frescas. Ele ainda afirmou que sua posição nada tem a ver com a empresa e que nunca publicou nada sob o tal pseudônimo.

Diante da negativa, o autor do artigo que fez a denuncia publicou um trecho do email que trocou com Luckey, onde este admite ter publicado uma mensagem usando a conta NimbleRichMan, conforme pode ser visto abaixo.

Independentemente de quem estiver mentindo nessa história, não demorou para que a repercussão negativa refletisse nos negócios de Luckey, com as primeiras declarações de indignação vindo de estúdio independentes que apoiavam o Oculus Rift.

Um dos que agiu de forma mais radical foi o Polytron, que estava desenvolvendo o jogo SuperHyperCube para o HMD e anunciou que isso não irá mais acontecer. Outros que seguiram por esse caminho foram o Tomorrow Today Labs e o Scruta Games, que disseram que enquanto Palmer Luckey for funcionário da Oculus VR, não darão suporte ao Rift.

Dos que se posicionaram contra o executivo, o estúdio mais forte foi a Insomniac Games, que apesar de não ter cancelado os três projetos que pretende lançar para o Oculus Rift, fez a seguinte declaração:

A Insomniac Games condena todas as formas de discurso de ódio. Enquanto todos tem o direito de expressar sua opinião política, o comportamento e os sentimentos relatados não refletem os valores de nossa companhia. Nós também estamos confiantes de que esse comportamento e sentimento não refletem os valores de muitos funcionários da Oculus com quem trabalhamos diariamente.

No fundo acho pouco provável que toda essa confusão acabe resultando na saída de Palmer Luckey da Oculus VR, com a história sendo esquecida em breve, mas vale lembrar que a empresa foi vendida para o Facebook e eu desconfio que muitas pessoas não estejam satisfeitas com a imagem negativa que isso pode levar para o aparelho.

Fonte: International Business Time.

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