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Palm agora é da China

O mundo dá voltas, mas essa agora foi longe. Depois de tantos anos de idas e vindas, depois de ser morta e enterrada pela HP, a marca Palm foi vendida para uma firma chinesa, que promete trazê-la de volta à vida.

9 anos atrás

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Tenho uma relação pessoal com a Palm, desde meu distante Palm Professional, hoje jurássico com 1 MB de memória, tela monocromática (ou quase) de 160x160 pixels e nenhuma comunicação externa fora a porta serial. Custou US$ 400,00 e era quase ficção científica. Todo mundo sabia que estava presenciando o começo de algo grande.

Todo mundo menos a Palm, que logo se tornou sinônimo de PDA, parou de inovar e deixou outros tomarem seu lugar. As novidades apareciam sempre primeiro na concorrência, PDAs profissionais como o Dell x51v eram muito superiores em hardware, e com o início dos smartphones a Palm percebeu que tinha um sistema operacional obsoleto, um hardware no máximo atual, e seus clientes haviam todos migrado para longe. 

Traindo os usuários ainda fiéis a Palm fez um acordo com a Microsoft. Muito pouco, tarde demais. Lembra alguém? Pois é.

O Palmfone com Windows Mobile era uma bela bosta, e a Palm acabou batendo as botas, sendo vendida para a HP por US$ 1,2 bilhão, troco de pinga comparado ao que ela chegou a valer. A HP por sua vez tentou aproveitar a expertise da Palm para criar o WebOS, outro sistema operacional mobile que segundo todas as resenhas era “legalzinho”. Hoje o grupo da Palm foi vendido para a LG, que usa o WebOS em suas TVs, e muito bem, diga-se de passagem.

A marca Palm, por sua vez, acaba de ser vendida. Quel comprou foi a TCL, empresa chinesa que você nunca ouviu falar mas fatura US$ 11,2 bilhões por ano, tem 50 mil empregados e fabrica smartphones Android como o Alcatel One Touch.

Eles pretendem até o final do ano lançar aparelhos com a marca Palm, voltados para o mercado high-end. Não há informações se vão usar o WebOS mas eu não apostaria nisso. Para piorar pretendem projetar aparelhos via crowdsourcing, você sabe, como o carro do Homer.

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Um monte de gente dando palpite não é a melhor forma de projetar o que quer que seja. Se Steve Jobs ouvisse os consumidores o iPhone seria um Blackberry com teclado maior, porta USB padrão e impressora térmica.

O mais provável é que o novo Palm seja apenas mais um Android, entre incontáveis milhares (e falo só da linha da Samsung). Será Palm só no nome. Melhor assim. Que ele continue vivo em nossas lembranças, que achemos graça dos garotos brincando de NFC quando homens de verdade faziam beam uns com os outros (isso não soou como eu queria).

Acima de tudo que viva para sempre o lema repetido por todo usuário de Palm:

“Agendinha é o cacete!”

Fonte: CN.

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