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Google pretende voltar à China com Play Store censurada

Cinco anos depois, Google estaria se preparando para voltar a atuar na China com Play Store alinhada com Pequim (leia-se censurada) e Android Wear

8 anos e meio atrás

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O relacionamento das empresas ocidentais com a China nunca foi dos melhores. Embora o país seja comunista no papel e nas atitudes, seu mercado consumidor de tecnologia é um dos que mais cresce no mundo, e as companhias de lá lucram como em qualquer nação capitalista. Só que para quem é de fora, se adequar no País do Meio não é lá muito simples.

Long story short, as empresas tech precisam se adequar às rígidas regras do Partido Comunista, onde não podem comercializar e/ou fornecer acesso a material subversivo/controverso, entre outras picuinhas. Enquanto muita gente pensa “é só não ir para lá” e não ser conivente com os vermelhos, mas como a missão de toda empresa é dar lucro não dá para ignorar os chineses. Assim, todo mundo vai para lá.

O Google também, embora a relação dele com a China seja mais complicada. Como uma gigante do mercado de buscas e por fornecer diversos outros produtos e serviços ela sempre foi um alvo do Escudo Dourado, o nome oficial do Grande Firewall chinês. Em um lampejo de honestidade em 2010 decidiu não mais filtrar os resultados de suas buscas e retirou o time de campo, redirecionando tudo para Hong Kong. O site principal não era acessível normalmente, mas os resultados de busca ainda estavam disponíveis.

Isso até o ano passado, quando o firewall bloqueou tudo às vésperas dos 25 anos do Massacre de Tiananmen. Restou o Gmail, acessível via protocolos IMAP, POP3 e SMTP por um tempo até ele ser finalmente chutado do país. Agora, só por VPN.

Só que Mountain View não é besta. Defender a liberdade é bonito no papel mas não dá dinheiro, e ignorar o mercado chinês em 2015 é praticamente loucura. Assim, segundo o The Information o Google está se preparando para se reunir com o governo local, a fim de discutir meios de reintroduzir alguns de seus serviços; o primeiro é a Play Store, que seria veiculada na China de forma adaptada às regras impostas. Isso significa que a lojinha só traria apps aprovados por Pequim além de não fornecer filmes, livros ou músicas.

Os planos são grandes. O Google pretende voltar a se estabelecer como uma empresa de internet na China, inclusive armazenando dados localmente e andando lado a lado com os censores. O Android Wear também seria lançado oficialmente.

Por que essa mudança? Basicamente dinheiro, sem surpresa: a saída do Google do país promoveu o crescimento de diversas companhias locais, que riparam o Android e abocanharam o mercado. Voltar agora seria um movimento de Mountain View para conter a fragmentação do robozinho, já que muitas das empresas de lá´ inundaram o mercado com smartphones de qualidade duvidosa e que não recebem updates, o que querendo ou não prejudica sua imagem. E sem Android oficial, o volume de ads veiculados diminuiu e o dinheiro no caixa minguou.

Isso é bom para mostrar que discurso é uma coisa bonita, mas na hora de fazer as contas para ganhar dinheiro empresas fazem acordos até com o diabo. Todas elas.

Fonte: The Information (paywall) via Digital Trends.

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