Emanuel Laguna 8 anos atrás
Na madrugada de ontem (16/12) para hoje, os usuários do WhatsApp foram surpreendidos com a suspensão do serviço. Os motivos não foram claros até então, pela decisão judicial estar sob sigilo.
O motivo inicial da suspensão teria sido a recusa da empresa pertencente ao Facebook em colaborar com uma investigação envolvendo a facção criminosa PCC, cujos crimes teriam ocorrido em julho. Em agosto, o Facebook teria sido notificado a fornecer os dados do WhatsApp para as investigações sob pena de multa. A empresa aparentemente ignorou a decisão judicial em vez de recorrer.
Ontem a juíza da vara criminal de São Bernardo do Campo (SP) decidiu pelo bloqueio do aplicativo por 48 horas.
À meia-noite, o WhatsApp parou. As operadoras de telefonia e banda larga bloquearam o acesso a ele.
Em meio à comoção popular sobre uma decisão considerada extremista por alguns, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), determinou na tarde desta quinta-feira (17/12) o desbloqueio do WhatsApp em todo o Brasil, em caráter liminar. Foi então encerrada, por enquanto, a suspensão do aplicativo.
“Não é razoável que milhões [de usuários do WhatsApp] sejam afetados pela inércia da empresa [Facebook]” — desembargador Xavier de Souza, do Tribunal de Justiça de São Paulo
O estrago foi feito: graças à desobediência do Facebook, a suspensão do WhatsApp fez com que muitos usuários experimentassem serviços concorrentes. O Telegram, por exemplo, teve os servidores de SMS sobrecarregados.
1.500.000 and counting, SMS-Gateways overloading. Hang on, your codes are coming! We've got all hands on deck to accommodate the crazy load.
— Telegram Messenger (@telegram) 17 dezembro 2015
Se bem que houve quem preferisse arriscar o uso de qualquer VPN gratuito para acessar o WhatsApp de IPs de outros países. Incrível como o brasileiro aprende a usar até VPN na necessidade, enquanto o WhatsApp tem sido associado à improdutividade e ao falecido Orkut.
Voltemos à normalidade, onde as leis só “pegam” rápido para o pobre inocente anônimo que não tem a quem recorrer.
Fonte: Reuters.
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