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Geneticamente, a esquizofrenia é pelo menos oito doenças separadas

Pesquisa publicada na American Journal of Psychiatry (Revista Americana de Psiquiatria) mostra que a esquizofrenia não é uma única doença genética, mas uma classe de doenças com sintomas variados.

9 anos e meio atrás

Munch

A esquizofrenia pode ter sintomas muito variados.

A esquizofrenia é conhecida por ser hereditária, portanto com origens genéticas, mas nunca foi detectada uma mutação única que causasse o surgimento dos sintomas. Acontece que agora se descobriu que diferentes “orquestras” de mutações, trabalhando juntas causam uma miríade de distúrbios que até então eram interpretados como uma única doença.

Os resultados surgiram de um novo estudo sobre a doença. Os cientistas examinaram o DNA de 4.200 pessoas com esquizofrenia e 3.800 pacientes saudáveis como controle, procurando por lugares no genoma onde um único nucleotídeo tivesse alguma mutação ligada aos sintomas. Eles descobriram que nenhuma das mutações tem a capacidade de produzir um risco significativo sozinha. Entretanto, diferentes combinações de mutações podem levar ao desenvolvimento da esquizofrenia com diferentes sintomas. Até agora, foram identificados 8 diferentes marcadores e os pesquisadores ainda esperam encontrar mais alguns.

O estudo pode ter grandes implicações para os doentes mentais crônicos, que hoje representam cerca de 1% da população. Os acometidos pela doença podem sofrer de uma grande gama de sintomas, indo desde depressão, alucinações, até dificuldades de fala e apatia. A quinta edição do Manual para Diagnóstico Estatístico de Distúrbios Mentais, publicado em 2013, já alertava para que a esquizofrenia fosse vista como um espectro mais amplo de doenças, mas não fornecia nenhum método para se determinar quais seriam elas, deixando os médicos com não mais do que tentativa e erro para acertar o tratamento.

Até então não era possível dividir a esquizofrenia em grupos lógicos para tratamento ou mesmo escolha de medicamentos. O que se fazia era tentar várias drogas sucessivamente até que uma funcionasse. Olhando para as origens genéticas da doença, em vez de parar os sintomas, deve ficar mais fácil para os médicos acertar o diagnóstico e o tratamento.

O próximo passo, de acordo com os cientistas, é desenvolver um método barato para testar estes grupos específicos de mutações que produzem os sintomas ligados a esquizofrenia, o que levará no futuro a formas mais rápidas e efetivas de tratamento.

Fonte: PS.

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