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O início do fim: Paramount não irá mais distribuir cópias analógicas de seus filmes

O Âncora 2 foi o último filme da Paramount distribuído em cópias analógicas nos Estados Unidos: projeção diz que o filme de 35 mm desaparecerá em 2015

10 anos atrás

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Apesar da equipe do Meio Bit amar tecnologia, alguns de nós ainda guardamos boas lembranças de quando o mundo era mais simples, e o cinema foi uma forma de entretenimento que mudou muito nas últimas décadas. Hoje quase que completamente restritos aos grandes shopping, ainda me lembro da magia que as grandes salas exerciam, o fato que você podia entrar no meio de uma sessão, driblar o lanterninha e com sorte ficar o dia inteiro com apenas um ingresso, essas coisas. Entretanto uma coisa que está sumindo em prol de uma melhor qualidade é a projeção analógica.

Veja bem, não é que eu não admire todo o romantismo por trás do trabalho de projetista, como muita gente adorei Cinema Paradiso, mas convenhamos: numa projeção analógica a cópia se desgasta com o tempo, é sujeita a problemas devido erro de foco e acidentes. Uma cópia digital só precisa de um aperto de botão e pronto, a cópia estará sempre perfeita, pode ser replicada várias vezes, ocupando bem menos espaço e exigindo menos hardware. E nem dá para dizer que o cinema clássico é puro, hoje em dia quase tudo é filmado com câmeras digitais como as REDs, tratado e finalizado no computador e só então convertido para rolo.

Pois isso está prestes a mudar. Segundo executivos de salas de cinema a Paramount cessou a produção de cópias em 35 mm nos Estados Unidos. O Âncora 2 foi o último filme distribuído em versões analógicas e digitais. O Lobo de Wall Street, novo filme de Martin Scorsese com seu atual protegido Leonardo DiCaprio é o primeiro a ser distribuído exclusivamente em cópias digitais. O curioso é que a escolha do filme para ser o primeiro é estranha: Scorsese não é fã do digital e defende a preservação do método analógico, parte de seu último trabalho ainda foi capturado em filme. Só que para o estúdio entre gastar US$ 2.000 para produzir um rolo e US$ 100 numa cópia digital que não se deteriora, qualquer discussão se torna irrelevante.

Este é um movimento esperado há algum tempo. Em 2012 a IHS Research previu que a produção de rolos de 35 mm cessaria em diversos países no fim de 2013, e que a distribuição analógica chegará ao fim em todo mundo em 2015. A Paramount é a primeira a fazer esse movimento mas é mais do que certo que os outros estúdios farão o mesmo.

É uma pena, mas o formato digital é muito mais democrático até para cineastas amadores. Em outros tempos uma Super 8 era absolutamente proibitiva, hoje em dia é possível gravar material de qualidade com uma câmera digital razoável, jogar no PC, editar tudo e em pouco tempo sair com um curta pronto. O filme teve seu momento, mas é hora dele dar lugar a uma tecnologia mais barata, de maior qualidade e mais acessível, onde todos sairão ganhando.

Fonte: Ars Technica e Venture Beat.

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