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Viajem comigo: E se a Microsoft adotasse os games no XBox One como um serviço?

Que tal especularmos sobre o futuro papel dos jogos no novo console da Microsoft?

11 anos atrás

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Vamos contar uma história: Em 2005 a Microsoft lança seu novo videogame, o XBox 360, que trouxe inovações em sua rede online e motivou outras empresas a criarem serviços semelhantes ou melhorarem os já existentes. Tudo ia tranquilo até que em 2008 outra novidade apareceu: a NXE (New XBox Experience) foi divulgada e trouxe uma cara diferente à dashboard do console. Junto com ela, começaram a aparecer alguns aplicativos como Facebook, Twitter e Zune.

Mais tarde, a Microsoft começaria a lançar mais serviços online como os canais da IGN, NFL e streaming de filmes com o HULU e o Netflix. Hoje, temos uma infinidade de serviços para todos os gostos disponíveis na XBox Live.

É tudo isso ai!

É tudo isso ai!

Agora o presente: Oito anos depois do segundo console, veio o XBox One e sua polêmica apresentação. Com foco em serviços de TV e vídeos, a Microsoft deixou claro o que já vinha sendo desenhado e, com exceção de um cachorro simpático, nada de jogos foi apresentado. Além disso, a controversa decisão de dedicar 1/3 da memória aos três SO causou reboliço nos gamers (em mim inclusive), que afirmaram que a Microsoft tinha jogado de vez a toalha pros jogos.

Pensei bem e percebi duas coisas: primeiro, a estratégia da empresa já vinha se desenhando e não posso ficar me remoendo por isso. A ideia é incrível e visa pegar um mercado mais amplo.

Segundo, a empresa não vai largar o osso de jogos. A indústria vai movimentar mais de $80 bilhões de dólares e, convenhamos, não é troco de pinga. Isso não significa, entretanto, que a Microsoft precise obrigatoriamente focar esforços em produzir jogos. Vamos viajar um pouco?

Pense aí comigo, temos um console que foca em serviços. Temos um console onde a mídia física passa a ser meramente um meio de transporte já que tudo precisa ser instalado no HD, que terá bastante capacidade e ainda pode ser expandido. Também temos um ambiente onde é necessário se conectar para “autenticar” jogo e jogador. Outra coisa importante é que temos um console com uma arquitetura bem semelhante a de um PC, cujo ambiente é dominado pela empresa que produz o console.

Agora, junte tudo num bolo e pense: Que famoso serviço online fornece jogos no mundo todo numa plataforma confiável e que tem a maior parte da base de jogos de PC?

Se você pensou Steam, então está comigo. Relembrando sempre, a atual estratégia da Microsoft parece ser focar em serviços de entretenimento. Jogo é um entretenimento, isso é fato, mas porque não pode ser um serviço também no console?

Vejam, não estou falando de streaming de jogos. A Sony comprou a Gaikai para tentar colocar no PS4 mas sabemos que esse tipo de serviço ainda não funciona. Estou falando de baixar o jogo e jogá-lo.

Ô Rodmalkav, você tá maluco. Jogo de PC não roda em videogame.

Sim, concordo. Então qual seria a real dificuldade de portar um jogo de PC pra um console com arquitetura semelhante? Vou além: Qual a chance da Microsoft já ter pensado nisso e desenvolvido o XBox One considerando essa possibilidade? Ou você pensa “mas e o processamento, os gráficos, #comofas?” Todos sabemos que na Steam temos a possibilidade nativa de instalar mods da comunidade, pacotes gráficos inclusive. O próprio console poderia decidir se um pacote gráfico é suportável ou não.

Pensando em termos de indústria, as publishers ficariam contentes pois poderiam passar a produzir para três plataformas apenas, PC, PS4 e Wii U (ok, duas). Isso reduziria custos e riscos de produção. Outro ponto, com um console em casas de pessoas que compram pelos outros serviços, eventualmente um jogo mais popular poderia ser adquirido por quem normalmente não compraria.

Além disso, pra você jogador seria ótimo já que o jogo estaria acessível tanto no seu PC quando no seu console.

Todos nós sabemos que Gabe Newell não morre de amores pela Microsoft e ele mesmo está desenvolvendo seu próprio “console”. Mas se a plataforma atingir um público que antes não dava bola pra isso, bem, Business are Business.

Para a Sony, o cenário é outro: pelo que vimos em sua conferência, seu console foca em dois aspectos: o social e os games. O PS4 pode ser um console poderosíssimo para games mas esse é o modelo de negócio mais forte (talvez o único) da empresa. Nesse caso, qualquer outra empresa que possua um serviço de jogos torna-se um potencial concorrente e, portanto, uma ameaça aos negócios. Já com a Microsoft, serviços como Origin, GOG e diversos outros passariam de concorrentes a potenciais parceiros comerciais.

Naturalmente, esse cenário só viria a acontecer se a Microsoft avaliasse que milhões de pessoas compram o console devido aos serviços disponíveis e não pelos jogos. Se assim for, a empresa de Redmond largaria de mão a produção de jogos “exclusivos para XBox One”, focando em PC e passaria a oferecer games como mais uma forma de entretenimento disponível no console. Caso contrário, pelo aparente menor poderio gráfico do console, poderemos ver o término do ciclo de um player do mercado, deixando de lado o mercado de hardwares assim como a SEGA.

Acho um cenário difícil de acontecer mas seria algo interessante. Em meio a um monte de especulação e haters por ai, no final essa decisão da Microsoft poderia trazer bons frutos para nós gamers.

O que vocês acham? Viajei muito? Preciso me internar? Comentem!

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