Carlos Cardoso 10 anos atrás
Um tema recorrente em ficção científica é a existência de robôs que fingem ser humanos ou, no caso da Rachael em Blade Runner e dos Últimos Cinco cilônios em Battlestar Galactica, sequer sabem que são robôs. Os mentirosos são os piores, e para isso a ficção inventou o teste Voight-Kampff, que funciona como um anti-teste de Turing, determinando se a inteligência do outro lado é artificial ou não.
Isso tudo pode parecer masturb-digo, considerações filosóficas, mas por incrível que pareça, é uma realidade. Graças a… spam.
O causo em questão envolve uma empresa de revenda planos de saúde nos EUA, com um telefone com atendimento automático, mas superior a tudo que já vi. Com reconhecimento de voz, análise de conteúdo e uma capacidade conversacional superior à de uma Panicat. O robô se chama “Samantha West”, e liga para para pessoas tentando vender seu peixe.
Os usuários atendem, e se ela consegue conversar sobre planos de saúde, pega todos os dados e passa para um humano que finaliza a venda. Se o cidadão começa a questionar, ela ri, brinca, diz que a conexão está ruim e até nega que seja um robô. Ouça:
“Eu sou uma pessoa de verdade”, mente Samantha. Só que ando a conversa se torna mais genérica, com perguntas como “qual o vegetal que vai na sopa de tomate” ela se confunde. Mesmo assim dá vontade de ligar pro Deckard.
O pessoal da Time foi mais a fundo. Descobriram a empresa que usava o serviço. Eles negaram que usassem robôs para vender seu serviço, mas depois que o número da “Samantha” foi divulgado, e um monte de gente começou a ligar para brincar com a prima da Siri, tanto o telefone quanto o site relacionado foram tirados do ar.
Quando essa tecnologia for aplicada a áreas mais estratégicas, como serviços de tele-sexo, alguém vai faturar milhões, só precisando de servidores na nuvem, sem nenhum funcionário fora o estagiário que vai empurrar os carrinhos de mão cheios de dinheiro.