Ronaldo Gogoni 10 anos e meio atrás
Na maioria das vezes inovar é, como dizia Vicente Matheus, uma faca de dois legumes. Há duas possibilidades: ou você acerta no alvo vira referência, ou você chega na festa tão cedo que acaba arrumando o salão para os outros.
A Microsoft já provou desse gostinho com o Microsoft Reader: lançado em 2000 e pensado para o uso com os tablets da HP, o formato era maleável o bastante para permitir anotações, desenhos e similares. Entretanto formato sem conteúdo não vale de nada. Não havia acervo, a Amazon se sentiu confortável o bastante para ao lançar o Kindle criar um formato proprietário e converter sua base. A Apple fez o mesmo com o iBooks. No fim a Microsoft jogou a toalha e matou o formato.
A Microsoft Tag sofreu com isso também: prometido como uma evolução do QR Code (que muita gente questiona a utilidade, algo que nós aqui já dissemos discordar, mais de uma vez), o padrão permitia não apenas criar um link, mas a Tag era associada a um banco de dados, o que permitia ao criador monitorar suas estatísticas e até mesmo a alteração de seu conteúdo sem que ela precisasse ser refeita.
Novamente o formato não agradou. Sem massa crítica e apoio, mesmo sendo tecnicamente superior ao QR Code ninguém além de entusiastas e evangelistas da Microsoft a usavam. Agora veio a notícia óbvia: a Microsoft vai descontinuar o serviço em 19 de agosto de 2015. A meia dúzia de usuários que ainda o utiliza poderá migrar para o Scanbuy, que continuará a dar suporte.
No fim das contas, num mundo onde questionam a existência do QR Code, uma versão turbinada dele sem usuários não poderia ter outro destino.
Fonte: Engadget.