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GPS — Agora Galactic Positioning System

Cientistas utilizam como farol de navegação um dos fenômenos mais alienígenas e improváveis do Universo: Pulsars.

11 anos atrás

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A maioria de nossas sondas e espaçonaves se orientam no espaço usando a boa e velha navegação por estrelas, não muito diferente dos primeiros marinheiros, mas isso é impreciso. Triangulação também não adianta muito, as estações ficam todas na Terra, isso gera uma paralaxe muito pequena. A quantidade de cálculos para determinar exatamente onde a nave está é bem grande por causa disso.

Quanto mais distante da Terra, pior, mas agora isso parece que vai mudar, graças a uma descoberta de 1967, que aliás foi um dos grandes alarmes-falsos da pesquisa por via extra-terrestre.

Pesquisando com seu radiotelescópio Jocelyn Burnell e Antony Hewish descobriram uma fonte de rádio pulsando com uma frequência precisa de 1,33 segundos. Como a natureza ODEIA padrões, linhas retas e repetições nesse estilo, os dois acharam que poderia muito bem ser um sinal de origem alienígena, e batizaram a fonte de LGM-1, de Little Green Men.

Depois descobriram outras fontes, e outras teorias concluíram que as transmissões vinham de estrelas pulsantes, ou pulsars. Hoje sabe-se que são estrelas de neutrons girando em velocidade muito alta. O pulsar remanescente da supernova Vela por exemplo tem menos de 20 km de diâmetro e executa uma rotação a cada 89 milisegundos.

isso gera um jato de ondas eletromagnéticas saindo dos polos, e se esse jato estiver apontado em nossa direção, detectamos o sinal, com precisão e periodicidade incrível para algo não-artificial. Veja (e ouça). Qualquer semelhança com Contato é (infelizmente) mera coincidência:

A idéia de usar pulsars como faróis de navegação não é nova. Na famosa placa enviada na Pioneer a posição da Terra é identificada usando como referência 14 pulsars, identificados por suas frequências.

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Com as técnicas desenvolvidas por Werner Becker, do instituto Max Planck, essa técnica pode se tornar padrão. Ele utiliza a mesma lógica dos satélites GPS, mas ao invés de calcular efeitos da relatividade em satélites, usa pulsars. A referência deixa de ser local e se torna… galáctica. Vela por exemplo está a 1.000 anos-luz da Terra.

Estudos preliminares conseguiram uma precisão de 5 km, o que é melhor do que o GPS de muito celular, num dia ruim. No espaço, com escalas de milhões de km, vira margem de erro. Se falarmos de naves interestelares então, talvez nem exista computador capaz de calcular tantas casas depois da vírgula.

A idéia de que pulsars seriam faróis de navegação extra-terrestres hoje parece ingênua, quando percebemos que eles se tornarão faróis de navegação para naves terrestres.

Fonte: ET.

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