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A maior contribuição de Steve Jobs: colocar um computador na sala de estar

12 anos atrás

Ontem morreu Steve Jobs, um dos sujeitos mais poderosos e influentes do mundo, um cara considerado por muitos, como um visionário. Por mais que todos estejam lamentando sua morte, talvez a melhor homenagem seja elogiar sua grande obra. Mas qual diabos foi esta obra? Exatamente o que levou Jobs a ser tão bem-sucedido?

É bom falar que antes de virar semi-deus, ele quase levou a Apple à falência. Depois, afastado das áreas operacionais, ele veio a ser demitido pelo presidente contratado por ele por ter criado uma empresa concorrente da própria Apple. Além disso, vários de seus incríveis lançamentos não deram certo, apesar de estarem dentro do campo de distorção da realidade de Steve Jobs.

Ou seja, o cara também errou. Mas qual foi seu grande acerto? Fizemos esta pergunta no Facebook e maior parte das pessoas falou sobre produtos e funções.

Todas as respostas estão corretas, claro. Mas falta um detalhe: Jobs era o CEO, ele não "criava" a tecnologia, apenas liderava sua equipe para chegar lá. Em sua visão, o ser humano deveria ser o foco.

Alguns comentaristas chamaram isso de humanização da tecnologia, mas este termo é muito solto sem um bom exemplo.

Esta é a linha de computadores da Apple, uma empresa de design:

E esta é a da HP, uma empresa de engenharia:

E isto também é da HP:

E mais isto da HP:

Enquanto a Apple precisa de 5 modelos para todos os usos de seus clientes, a HP precisa de 12. Pior do que isso, os nomes da HP são incompreensíveis perto dos nomes elegantes da maçã. Eles não dizem nada e deixam o cliente confuso só de tentar entender qual a diferença entre um Pavilion e um Workstation.

Aliás, o que diabos quer dizer Pavilion? E Workstation é estação de trabalho, então apenas donos deste tipo de máquina "trabalham"? Sei lá. Já os termos "Mini", "Pro" e "Air" são incomparavelmente mais simples.

Conta a lenda que em 1997, ao voltar para uma Apple totalmente diferente daquela de onde havia sido demitido, Jobs fez com que o líder de cada um dos 350 projetos em andamento na empresa passassem por sua mesa e os defendessem da extinção.

Destes ele aprovou apenas 15. E ainda fechou a desastrosa (e visionária) divisão Newton, que havia proporcionado prejuízo bilionário para a empresa.

Apesar dos cortes e das dificuldades, um ano depois foi lançado um computador de mesa totalmente diferente, o iMac. Um computador sem gabinete totalmente colorido para pessoas que não se importavam com HD, RAM, CPU ou qualquer outra bugiganga, desde que pudessem colocar esse tipo de eletrodoméstico em sua sala de estar.

Todo o resto do trabalho sempre seguiu a linha de atender ao que as pessoas precisam e não aquilo que os engenheiros podem fabricar. Sem demérito para os engenheiros, mas o foco no cliente é essencial hoje em dia.

"Queremos um tocador de MP3!", dizia o povo em meados de 2000. Aí veio o iPod, um produto simples e poderoso com apenas poucas variações e um sem mundo de acessórios. "Queremos um celular inteligente!", diziam em meados da década passada e lá veio titio Steve com o iPhone, um celular que reunia tudo o que de melhor já havia sido criado para telefones e mais um mundo de aplicativos.

O foco no ser humano significa simplificar o possível. Tornar ele palpável. Essa era a visão de Jobs e, por pior que as críticas sobre métodos de produção da Apple ou como ele liderava suas equipes, ele sempre será lembrado como o cara que transformou o termo "geek" em sinônimo de "cool" em menos de 10 anos.

OBS: as imagens das linhas de produtos são impressões de tela do sites dos respectivos fabricantes

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