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A história dos jogos de futebol

16 anos atrás

Talvez a velha discussão sobre o melhor jogo de futebol nunca tenha fim. Enquanto alguns adoram a série Fifa, outros não trocam suas partidas de Winning Eleven, porém, vale lembrar que esses não foram os primeiros jogos de futebol criados e se hoje podemos controlar um Ronaldinho Gaúcho virtual quase idêntico ao real, isso é graças àqueles games onde muitas vezes chutávamos uma "bola quadrada”.

No início tudo era muito simples. Um dos primeiros jogos a fazer sucesso foi o International Soccer, para Atari, lançado em 1982. O jogo possuía gráficos simples, mas que representavam muito bem uma partida, já a jogabilidade era um pouco lenta e não havia diferença entre os times que você escolhesse, todos estavam no mesmo nível.

Os anos se passaram até que em 1989 a Jaleco lançou um jogo chamado Goal! Para o Nintendinho. O título mostrava que os jogos de futebol podiam ser mais complexos e os gamers já começavam a se apaixonar pela versão virtual do esporte bretão. Era praticamente impossível achar uma cópia do game disponível em alguma locadora, tamanho seu sucesso entre os jogadores.

Nos computadores, o game que se tornou mais conhecido foi o Sensible Soccer, lançado originalmente para o Amiga. O jogo recebeu uma infinidade de continuações e versões para vários videogames, mesmo assim a série parou no tempo e foi ultrapassada por outros jogos com uma jogabilidade mais refinada. Os consoles começavam a se tornar a plataforma preferida dos jogadores de futebol virtual.

Com a chegada dos consoles de 16 bits vários títulos foram lançados, porém em 1994 uma empresa canadense não tão conhecida fez uma parceria com a entidade máxima do futebol, nascia a série FIFA Soccer. O jogo foi sem dúvida a maior revolução da história dos games de futebol e impressionava tanto pelos gráficos quanto pela jogabilidade. Os donos de um Mega Drive se vangloriavam por ter uma versão melhor que a do Snes e campeonatos entre amigos não eram raros.

A esta altura as softwarehouses enxergaram uma boa forma de ganhar dinheiro e começaram a desenvolver jogos sobre o esporte. A plataforma que recebeu os melhores jogos foi o Super Nintendo. A Human Entertainment trouxe para console o clássico Super Formation Soccer (Super Soccer nos EUA) que inovou com uma visão de trás do gol. O jogo foi melhor recebido no Japão, mas agradou muito gente no Brasil. A Capcom também entrou na onda e trouxe ao mercado Soccer Shootout, que mesmo com uma jogabilidade um tanto robotizada era o único jogo que fazia frente à série Fifa até então.

O clima de uma partida de futebol finalmente foi alcançado e a indústria precisava dar um passo adiante. Eis que em 1995 a japonesa Konami lança o inesquecível International Super Star Soccer. Este que pode ser considerado o responsável pela segunda revolução no gênero. ISS voltava à visão lateral do campo e trazia jogadores muito maiores do que nos outros jogos. Propagandas da época inclusive destacavam isso, dizendo que em International Super Star Soccer, os jogadores eram 30% maiores que o da concorrência. O jogo foi responsável também pela mudança de consoles de muita gente. Muitos donos de um Mega Drive acabaram trocando seus aparelhos por um Snes, apenas para poder jogar o futebol da Konami.

PS: Em 96 o console da Sega recebeu uma versão do jogo, mas já era tarde. Os consoles de 32 bits já estavam se tornando populares e o jogo não fez muito sucesso.

Nascia ali também um gigante dos jogos de esporte. Com International Super Star Soccer a empresa japonesa ganhou experiência e na quarta geração de videogames ela produziu Goal Storm. O jogo com gráficos 3D quadradões foi a primeira tentativa da empresa de trazer o futebol para os gráficos em 3 dimensões e dele surgiu a famosa série Winning Eleven. Pode-se dizer que a Konami é uma das responsáveis pelo sucesso dos consoles da Sony no Brasil, já que sua série de futebol é um dos games mais jogados pelos brasileiros.

Enquanto isso a EA também lançava uma nova versão de Fifa uma vez por ano, porém, com o tempo, alguns jogadores começaram a reclamar que os jogos pouco evoluíam. Por outro lado, mais times iam fazendo parte do jogo e com o apoio da entidade do futebol, a EA podia lançar jogos oficiais das Copas do Mundo e campeonatos europeus, como a Champions League e a Eurocopa. Na versão deste ano, o jogo conta com mais de 620 equipes, dezenas de campeonatos e milhares de jogadores licenciados.

Os arcades também tiveram seu momento de glória principalmente com duas séries. A primeira, Super Sidekicks, lançada pela SNK e que foi mais bem sucedida em terras tupiniquins, graças em boa parte por seus detalhados gráficos 2D e seus controles rápidos. A segunda, Virtua Striker, da Sega também teve muitos fãs. Com belíssimos gráficos 3D, o jogo infelizmente possuía uma jogabilidade “travada”.

Algumas produtoras aproveitaram ainda para usar seus mascotes nos games, como a Capcom em Megaman Soccer ou a Nintendo com Mario Striker para GameCube e que posteriormente recebeu uma sequência para o Wii. Nesses casos a jogabilidade é estilo arcade e os personagens possuem vários super poderes.

Outra vertente dos jogos de futebol são os conhecidos como manager. Nele o jogador deveria se tornar o cartola de um clube e controlar desde as contratações até acordos com patrocinadores ou o preço dos ingressos. O primeiro jogo do gênero foi o Football Manager, lançado pela Addictive Games e que hoje é produzida pela Sega. Um representante do gênero que agradou vários jogadores brasileiro foi o Elifoot. Desenvolvido por um português, tenho amigos que se dedicam horas ao game até hoje, apesar de sua simplicidade visual.

Contudo, o jogo de maior sucesso no estilo chama-se Championship Manager. O game é praticamente uma religião, principalmente na Europa e contando com versões para várias plataformas. Todo lançamento é cercado de muita expectativa pelos fãs. Os jogos desse gênero fascinam tantas pessoas que tanto a EA quanto a Konami possuem seus representantes, com Fifa Manager e PES Management, respectivamente.

Contudo, ao se falar em imersão, quem conseguiu um melhor resultado foi a Namco ao lançar o pouco conhecido Libero Grande para PS1 e arcades. No jogo você deveria escolher apenas um jogador e controlar ele durante toda a partida. Com uma câmera posicionada atrás do personagem, a sensação de estar dentro de um jogo de futebol era incrível. Muitas vezes ficávamos quase toda a partida sem tocar na bola, mas em um lance poderíamos decidir o jogo. É uma pena a série não ter tinha seqüência, pois com uma jogabilidade melhor trabalhada ela poderia ter se tornado um grande sucesso.

Na versão 2008 do FIFA a EA implementou um modo semelhante, chamado "Be a Pro" e que funciona muito bem.

Seja por incompetência das outras empresas ou por EA e Konami ter acertado a mão, o fato é que hoje temos apenas duas séries de respeito no mercado e podemos constatar que a discussão sobre o melhor jogo de futebol ainda durará por muito tempo.

Hoje podemos disputar partidas através da internet contra qualquer adversário do mundo. Os jogos dão a possibilidade de enviarmos os replays com os gols para a grande rede e assim mostrar para pessoas aquela jogada magnífica que você fez. Sem falar nos campeonatos profissionais ao redor do planeta e distribuem milhares de dólares aos vencedores.

Dica de leitura: Se quiser saber mais sobre o assunto, recomendo três tópicos criados no fórum do site Outerspace. O autor se aprofundou muito mais no assunto e para quem gosta, é material para dias de leitura.

- Futebol Virtual I - os pioneiros 
- Futebol Virtual II: a era 8 bits
- Futebol Virtual III: na época dos 16 bits

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