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Medal of Honor: Heroes 2

16 anos atrás

Depois de curtir uma temporada de Team Fortress 2 acabei pegando um certo gosto por FPS, embora eu seja obrigado a admitir que jogá-los no PC exige demais da minha capacidade motora. Sendo assim, uma saída foi recorrer ao Nintendo Wii para matar a vontade, já que seu excelente controle parece ter sido feito sob medida para esse estilo de jogo. Resolvi então experimentar o recém-lançado Medal of Honor: Heroes 2. Vamos à ele.

Segunda Guerra Mundial para todos os gostos

O modo offline de Heroes 2 pode ser jogado de duas formas: através do tradicional FPS do modo Campaign, em que você se movimenta livremente pelos mapas, e Arcade, que compreende um rail shooter no estilo de jogos como Virtua Cop e The House of the Dead. Acho o primeiro estilo bem mais interessante, e já que eu procurava um pouco mais de desafio acabei adotando ele. Não sei se essa versatilidade está presente em outros títulos da série, mas achei a idéia ótima.

Já o modo online apresenta os não menos tradicionais deathmatch, team deathmatch e infiltration - esse último sendo o famoso capture the flag. Um fato curioso: no último mês de fevereiro, quando o jogo foi lançado na austrália, os jogadores lá da terra dos cangurus logo perceberam a ausência do modo multiplayer, apesar do mesmo ser citado na caixa. Esse fato trouxe sérias críticas à Electronic Arts, que não explicou o fato, mas tratou de se desculpar e remover qualquer menção ao multiplayer de seu website australiano. Ah, essa EA...

Mais do mesmo

Sim, esse é mais um jogo ambientado na Segunda Guerra, onde você é o americano bacana matando alemães malvados que cruzam seu caminho. E, sim, você vai encontrar aqui as conhecidas missões presentes em jogos da série, como recuperar documentos, plantar bombas, defender territórios, etc.

Nenhuma novidade, e o engraçado é que mesmo os produtores parecem ter satirizado esse padrão que os jogos com essa ambientação costumam obedecer (inclusive outros da série MoH): o jogo tem sete fases, cada qual correspondendo à um setor de um mapa maior. Dessa forma você tem as fases Bombed City, Beach, Sewers, Monastery, e por aí vai. Inclusive cada fase é bem grande, e tendo jogado no nível Veteran (médio) já senti um nível de desafio bem elevado, o que é ótimo. O grande problema aqui é que até existem checkpoints pelo caminho, mas save mesmo só no fim da fase, o que te obriga a encarar cerca de 30 a 40 minutos de ação ininterrupta pra não perder o percurso.

Wiimote é o que há

O grande diferencial continua sendo o uso do wiimote, que para mim é simplesmente a mais perfeita forma de se jogar um FPS. Sei que é meio impossível, mas se um controle assim tivesse sido criado alguns anos atrás eu certamente teria ido além de Shadow Warrior e curtido outros ótimos jogos do estilo. Infelizmente saber jogar com teclado+mouse não é pra todos.

Se o jogo peca na mesmice das missões o mesmo não pode ser dito da variedade de armas. Aliás, a maneira que os desenvolvedores bolaram pra que se use algumas delas é sensacional. É o caso do lança-foguetes alemão Panzerschreck: você coloca o wiimote no ombro, com o infravermelho apontado para suas costas, disparando com o botão B. Meio ridículo pra quem vê, mas faz você se sentir um legítimo soldado no campo de batalha. Já a shotgun é empunhada do jeito tradicional, porém a troca de cartuchos é feita com uma sacudida no nunchuk. Também não poderia faltar o sniper rifle (minha arma favorita, junto com a carabine), cuja mira é controlada mantendo o wiimote apontado para a frente, mas rotacionando-se para esquerda ou direita para ajustar a aproximação. Fantástico.

Com relação à sons e gráficos Heroes 2 até que faz bonito, mesmo não contando com a capacidade de um PS3. Isso com relação aos cenários, mas esqueça o fato de todos os alemães terem a mesma cara e comportamento. Será que a turma de Hitler já conhecia a clonagem?

Burrice artificial: sempre ela

Como bem disse o Dori, de vez em quando um tiroteio frenético faz bem, e Heroes 2 é mesmo divertido, sobretudo no começo, porque em pouco tempo até mesmo o jogador mais desavisado começa a perceber as falhas evidentes. Uma delas é com relação à IA, ou melhor, à ausência dela. Em primeiro lugar, esqueça seus companheiros de front, porque são NPCs que estão lá só pra enfeitar mesmo, não fazem a menor diferença na hora de combater e caem como moscas, sem contar que ficam gritando "cover me" uns pros outros, sem parar e sem sair do lugar.

Um detalhe que irrita é o padrão pra lá de robótico dos inimigos. Por exemplo, você mata um nazista lá longe com seu sniper rifle. Ótimo. Em cerca de 2 segundos outro nazista vem e se coloca na MESMA posição do anterior, apenas pra ser abatido da mesma forma. Sem exagero, em certo ponto da fase Bombed City eu cheguei a matar 23 inimigos dessa forma - juro, eu contei. Só não matei mais porque minha munição acabou, enchi o saco e parei de jogar. Chega uma hora que a sensação de realismo vai pro espaço, e não há wiimote que ajude.

Sinceramente, Medal of Honor: Heroes 2 é um jogo irrelevante. Até vale o aluguel e o gasto de algumas horas do seu fim-de-semana, mas poderia (e eu esperava) ser um dos grandes FPS para o Nintendo Wii. Porém as falhas são tão grotescas e irritantes que fica difícil levar a aventura a sério. Calculo que o jogo possa ser terminado em menos de 5 horas, mas devo confessar que não tive saco de ir até o fim - acabei desistindo na quinta fase. Na minha opinião Call of Duty 3 ainda é o melhor FPS para esse console.

 

- Ação ininterrupta e desafiadora;
- Excelente jogabilidade e utilização criativa do wiimote;
- Além do modo FPS tradicional contém um modo rail shooter ideal para iniciantes.

- Ausência total de IA por parte dos seus aliados e dos inimigos;
- Obstáculos repetitivos que tendem a cansar rapidamente.


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