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Quem cria se diverte?

16 anos atrás

Qual gamer nunca pensou em fazer seus próprios jogos? Com certeza poucos. Embora na minha adolescência eu tenha tido este sonho também, acabei desistindo de trabalhar na área por dois fatores: Primeiro que nunca consegui gostar de programação, minha área sempre foi mais a parte visual e as linhas de código sempre me causaram calafrios. O segundo e mais importante foi a idéia que sempre tive de que os desenvolvedores de jogos não poderem aproveitar suas criações.

Sempre acreditei que a área do entretenimento é composta por dois tipos de pessoas, as que criam e as que usufruem. Imagine um grande diretor de cinema. O sujeito precisa pensar em todos os detalhes, coordenar as filmagens, muitas vezes às escuras, já que depois os efeitos especiais farão aparecer todos aqueles detalhes fantásticos que vemos nos filmes. Enquanto nós podemos sentar na cadeira do cinema e presenciar guerras fantásticas, boa parte da brincadeira é produzida em um computador. Com os games não é diferente.

Fico pensando o quanto traumático deve ser para uma pessoa como Shigeru Miyamoto não poder aproveitar plenamente um jogo como Super Mario Bros. ou The Legend of Zelda, já que o mesmo foi o responsável por muitas idéias dos títulos. É óbvio que as grandes mentes da indústria não trabalham sozinhas, mesmo assim, muito da magia de presenciar algumas partes memoráveis dos games se perde para estas pessoas.

Um exemplo claro é a parte final do jogo Shadow of the Colossus, quem jogou sabe do que estou falando e tenho certeza que passou por uma situação pouco esperada. Agora pense em Fumito Ueda e Kenji Kaido, desenvolvedores do game, com certeza sua satisfação em criar o dito momento deve ser imensa, mas é evidente que a nossa sensação eles não vivenciaram.

Trazendo ainda os exemplos para algo mais próximo, cito o jogo desenvolvido pelo pessoal da CubaGames que publicamos essa semana, a seleção da maioria das imagens foi feita por mim e não pude aproveitar o desafio como você, caro  leitor.

Mesmo assim, temos que lembrar que algumas criações permitem que mesmo os seus mentores as apreciem. Basta pensar nos puzzles como Tetris, Lumines e Meteos. Sem falar nos títulos de estratégia ou nos jogos de corrida.

Quero deixar claro que com este texto não tenho a mínima intenção de desmotivar os futuros game designers, muito pelo contrário. Gostaria apenas de levantar a questão em relação a esses seres de outro planeta que conseguem desenvolver verdadeiras pérolas, mas que talvez não possam tirar tirar proveito delas tanto quanto nós.

Aqui no Meio Bit Games temos vários leitores que trabalham na área, assim como alguns colaboradores que poderiam nos dar opiniões mais embasadas sobre o assunto, talvez eles consigam me convencer de que criar um Sim City é mais divertido do que jogar um Fable =)

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