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Modos automáticos de exposição

16 anos atrás

modos automáticos

 

Toda vez que vou dar um curso sempre digo para os alunos que existem quatro coisas que ele deve saber para regular sua câmera: Distância focal, sensibilidade ISO, abertura do diafragma e velocidade do obturador. Destes quatro pontos, os três últimos têm a ver com a exposição correta da luz. O fotômetro interno da câmera calcula a quantidade necessária de luz para realizar a foto e, quando está acionado, o modo automático determina os valores de cada regulagem. Claro que existem situações onde o modo automático não dá conta de efetuar o registro. Em câmeras mais avançadas existe a possibilidade de usar o modo manual, o que também determina que o fotógrafo tenha pleno conhecimento das regulagens que está efetuando e seus efeitos para a imagem que vai ser captada. Mas, se o modo automático não é perfeito, como fazer em câmeras mais simples que não fornecem o modo manual? Tirando as câmeras point and shot mais básicas, existem equipamentos que fornecem os modos automáticos de exposição.

Os modos automáticos são pré-regulagens que simulam algumas situações específicas. Embora a maioria das câmeras possuam essas regulagens automáticas, poucas pessoas se dão ao trabalho de ler o manual de seu equipamento e saber para que servem aqueles ícones engraçados no anel seletor ou no visor de LCD. Mesmo existindo câmeras com até 28 modos pré-programados (inclusive alguns bem ridículos, tipo modo noturno ultravioleta com degrade verde) algumas dessas regulagens são mais básicas e existem desde a época das câmeras automáticas analógicas. Se você já viu essas regulagens em sua câmera e nunca se perguntou o efeito que elas produzem nas fotos, aqui vai uma pequena explicação.

- Paisagem - geralmente representado pelo desenho de uma montanha. Esse modo é usado para fotografar cenas distantes e arquitetura. A câmera aciona todos os pontos de foco e faz a leitura de luz de modo pleno. Em situações com pouca iluminação a velocidade do obturador pode cair para perto de 1/15 fazendo necessário o uso do tripé. Nessa situação a câmera tende a fechar o diafragma para poder ter uma boa profundidade de campo. Outra característica é que o equipamento também joga o foco ao infinito, agilizando a tomada da imagem.

- Retrato - representado por um rosto (geralmente feminino). Nessa regulagem a câmera abre ao máximo o diafragma e aumenta a velocidade do obturador. Isso se deve pelo fato do retrato ser feito a pouca distância e com o maior zoom possível. Dessa maneira se evita que a foto saia tremida. A indicação do maior zoom possível é recomendada, pois em grande angular (menor zoom) o rosto da pessoa tende a se deformar e ficar parecendo com uma batata.

- cena noturna - identificado pela silhueta de uma pessoa e uma estrela acima dela (ou lua, dependendo da câmera). Nesse caso a câmera abre o diafragma e reduz a velocidade de oburador. Em caso de usar flash, o equipamento vai usar a menor velocidade de sincronismo possível (geralmente 1/60). É muito importante respeitar o alcance´máxmo de seu flash (em torno de 3,5 metroe) e em caso de fotografar pessoas lembrá-las para ficarem o mais imóvel possível. Em caso de fotos noturnas onde se queira captar a iluminação natural (prédios, postes, luz da lua) é necessário a utilização de um tripé devido a baixa velocidade do obturador.

- Esporte - identificado pela figura de uma pessoa correndo ou nadando. É o modo ideal para se captar pessoas ou objetos em movimento. Aqui o equipamento tem como prioridade o obturador e eleva a velocidade entre 1/250 e 1/1000. Também é acionado o sistema de foco central para agilizar a captura da cena. Algumas câmeras costumam elevar a velocidade ISO entre 400 e 800. Infelizmente, por essas características, esse modo de exposição não é indicado para cenas com pouca iluminação.

- Macro - identificado pelo ícone de uma flor em close. Utilizado para fazer fotos bem próximas do assunto. A taxa de aproximação varia de 1 a 5 cm dependendo do equipamento. A câmera se regula para fazer o foco a pouca distância e usa o diafragma mais fechado para garantir uma maior profundidade de campo. Esse é um inconveniente que leva o modo macro a ser utilizado em locais com muita iluminação. O flash deve ser desligado, pois ele não é projetado para propiciar uma boa iluminação a distâncias muito curtas. Interessante notar que o modo macro pode ser utilizado em conjunto com os outros modos automáticos de exposição.

Conforme o equipamento vai ficando mais moderno, outros modos automáticos vão se unindo a esses básicos. Em câmeras intermediárias (e que geralmente vão possuir também o modo manual) existem as regulagens de prioridade. Existe a prioridade de abertura, onde o fotógrafo decide a abertura de diafragma (geralmente pensando na profundidade de campo ou cenas com pouca iluminação) e a câmera decide a melhor velocidade do obturador. Exatamente ao contrário, existe o modo de prioridade de velocidade, onde o fotógrafo decide a velocidade do obturador e a câmera regula a abertura do diafragma.

Independente da situação e qual modo automático você vai usar, o mais importante é ler com atenção o manual de sua câmera e conhecer um pouco dos efeitos que cada regulagem vai exercer em suas fotos. Talvez a solução para um problema que você encontrou está bem ali ao lado do seu dedo e não é utilizado.

 

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