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Bandas cover do YouTube são os novos alvos na Guerra dos Copyrights

Associação de Compositores norte-americana processa empresa que hospeda vídeos de bandas cover no YouTube por não pagamento de royalties.

10 anos e meio atrás

cover-band

Apesar do co-fundador do YouTube Chad Hurley acreditar que a política de copyrights deveria ser afrouxada, o Google, na posição de dono da bola não pensa assim, e por isso anda de mãos dadas com as gravadoras, desenvolvedoras e donas de direitos autorais. Um dos movimentos recentes mais polêmicos foi quando a Nintendo, com ajuda do Google redirecionou toda a monetização de vídeos no formato Let's Play para si, transformando todos os vloggers em empregados voluntários, gerando grana para a empresa e não ganhando um vintém em troca.

Vira e mexe o Google desabilita vídeos com clipes de bandas e artistas, desliga áudio de músicas usadas sem autorização e afins, mas agora a NMPA (National Music Publishers Association, associação que inclui entre seus membros a Warner/Chappell Music) abriu um processo contra empresas que hospedam vídeos cover no YouTube, em especial a Fullscreen, empresa essa que cresceu muito nos últimos anos, principalmente depois que a NMPA processou o YouTube diretamente pelo mesmo motivo, forçando a retirada dos vídeos.

De acordo com a NMPA, o artista que deseja gravar uma versão cover deve pagar uma taxa aos compositores e letristas de cerca de US$ 0,09 por cópia (física ou digital) da música distribuída, que é uma licença definida por lei e não precisa de permissão prévia. Para o formato de vídeo entretanto, é preciso usar a chamada licença de sincronização, que paga ao artista por cada execução do vídeo, o que a Fullscreen não realiza. Normalmente o YouTube faz essa distribuição, mas em casos específicos ela deixa os terceiros cuidarem dessa parte, o que parece ser a situação aqui. A NMPA diz que o sucesso do Fullscreen se deve exclusivamente ao uso irregular de licenças. Claro que o tamanho do Fullscreen, que conta com 15 mil canais, mais de 200 milhões de assinantes e cerca de 2,5 bilhões de visualizações/mês cresceram os olhos.

Como a indústria da música não sabe mais o que fazer para recuperar o dinheiro que perdeu com o progresso, era óbvio que o número de processos iria se intensificar. Sem canais dedicados a hospedar as versões cover, não restarão muitas opções a não ser pagar para hospedar o vídeo, o que é uma derrota e tanto. Mas se no Brasil o CONAR ECAD cobra royalties até de festinha de aniversário, não é uma grande surpresa.

O único ponto positivo é que não encontraremos outro Justin Bieber.

Fonte: Ars Technica.

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