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SAP Innovation Experience — Inovação Realtime com direito a surpresa

Cobertura do 1º dia da SAP Innovation Experience, talvez o evento anual mais importante da empresa e uma excelente experiência para viver o mundo corporativo de gente grande.

10 anos e meio atrás

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O Meio Bit está cobrindo o SAP Innovation Experience, talvez o evento anual mais importante da empresa. É uma excelente experiência para viver o mundo corporativo de gente grande, e perceber que o mundo não é só iPhone, Windows Phone e Aquele Que Não Deve Ser Nomeado.

A primeira atração do dia foi uma palestra do Clemente Nóbrega, colunista da Época Negócios, especialista em inovação. Sim, eu sei, você fez “afff” também. Mais um TED, mais um guru falando generalidades, misturando auto-ajuda e dicas de negócio de donos de padaria.

Nope.

Foi a primeira palestra pé-no-chão que assisti. Ele foi inclemente com os sonhos do pessoal. Falou claramente “Você não é Steve Jobs, você não é Bill Gates”. Trabalhar inovação se baseando nesses caras é apostar em 1 em 1 bilhão. As chances de você ser um gênio são mínimas, eu mesmo não acredito na sorte que tive. Inovação é trabalho duro, não é mágica, e convenhamos, nem o iPhone era realmente mágico, mas fruto de MUITA ralação de muito mais gente do que só o Jobs.

Mais ainda: Clemente falou o que todo mundo sabe mas ninguém quer dizer: Inovação é trazer dinheiro novo pra empresa. Não é fofoletizar produtos, criar lindas plaquinhas coloridas na empresa ou instalar o software da moda. Inovar é faturar mais gastando menos. Inovação tem que ser sustentável, disse ele, usando pela primeira vez o termo de forma correta: Não ecochato, apenas inovação tem que render mais do que custa.

Parece óbvio mas um monte de processos lindos no papel esquecem essa obrigação, no final a empresa fica presa a um produto/processo caro, com retorno próximo de zero, e a única alegria do CEO é dar palestra mostrando o quanto inovou. Dinheiro que é bom, nada.

Outra: inovação não depende de fatores externos, pode e deve ser feita com gente de dentro da empresa, que é quem mais conhece os processos internos. Um dos exemplos dados foi o do Walmart. São apenas o maior empregador do mundo, a maior empresa de capital aberta e contam com um faturamento de US$ 1,2 bilhões.

AO DIA.

Isso significa que qualquer mínima otimização renderá uma fortuna. Nisso eles criaram um sistema logístico onde produtos andam em esteiras sem-fim em armazéns gigantescos, esperando que em algum lugar dos EUA um produto seja comprado. Na hora em que o sistema detecta que o negócio passou no caixa, uma nova unidade é recolhida da esteira e jogada no container endereçado para aquele mercado.

Nos anos 80 isso era a chamada metodologia Just in time, mas era baseada em estimativas, não dados reais. O exemplo negativo foi a WebVan, que deveria vender produtos perecíveis online. Na teoria haveria. Vans rodando a vizinhança, estando alguém comprar uma abobrinha ou um tamarindo. O pedido chegaria na van e em minutos ela estaria na sua porta.

O conceito é ótimo, mas assim como o Ruby, não escala. É inovação, é conceito teórico ótimo, mas não funciona. Uma van tem uma área limitada de cobertura, tem custos de combustível para ficar rodando e as compras são pequenas demais.

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Uma inclusive inclusive mostrou que entre os maiores inovadores do mercado, “novos produtos” não são o objetivo mais almejado. O foco hoje é UX - User Experience, e o o atendimento em tempo real contribui muito para isso. Nada irrita mais do que um callcentre te deixando mofando (gerúndio pega) meia hora.

Algumas vezes a otimização funciona até piorando os processos. Um exemplo clássico é de um aeroporto que recebia um monte de reclamações de demora na distribuição de bagagens. Otimizaram os processos, baixaram o tempo de espera em 2/3. As reclamações continuavam.

Eles descobriram que tornar mais rápido a coleta das bagagens foi anulado pela espera, colocar as bagagens na esteira mais próxima do portão de desembarque fazia com que as pessoas ficassem paradas esperando 10 minutos pela bagagem, o que consideravam inaceitável.

O aeroporto mudou o posicionamento das esteiras, agora os passageiros precisavam andar um bom tempo até chegar nas esteiras. Nisso os funcionários traziam as malas, e o sujeito tinha a percepção que chegavam rapidinho, o tempo andando não era “perdido”. As reclamações caíram quase a zero.

P.S.: parabéns à SAP. Todo evento deveria ser civilizado a ponto de ter um quiosque para recarga de celular.

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