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A crise dos cabos

16 anos atrás

Agora já há notícias de cinco cabos rompidos/defeituosos, que interligam países como Índia, Catar, Irã, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Egito ao resto do mundo. Telecomunicações em geral (internet inclusa) geralmente são distribuídas através de cabos submarinos e satélites, mas até 90% do tráfego total corre sob o mar, daí o enorme problema gerado para as indústrias da região.

Considerando que os problemas começaram dia 23 de janeiro, o espaço de tempo foi muito curto para achar que a coisa toda é uma coincidência, uma incrível sucessão de pequenos erros. Houve quem pensasse se tratar de um trote muito bem-bolado, mas veículos sérios noticiaram os fatos.

Independente dos motivos (terrorismo, mau tempo, falha de manutenção), no entanto, há pouca gente na mídia nacional discutindo as oportunidades. Todo mundo sabe que a Índia é uma grande exportadora de serviços de telecomunicações (como call-centers) e uma queda de 60% na capacidade da rede é algo considerável. Sem contar o enorme problema para as produtoras de software, que ficarão sem acesso a servidores de arquivos e emails.

E onde existe oportunidade nisso? Simples: nós, brasileiros, estamos muito mais perto (falando em hops) dos Estados Unidos e da Europa que a Índia, por exemplo (sem contar o fuso horário, que nos favorece). Não parece óbvio a todos que esse incidente pode ser usado como trunfo de marketing para vender nossos serviços? É claro que uma operação dessas não se faz do dia para noite, mas basta calcular as perdas para verificar que podemos fornecer uma alternativa muito viável: basta coordenar esforços entre a iniciativa privada e o governo. Infelizmente, nesse ponto estamos muito pior que aqueles cabos...

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