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Ex-EA critica maneira como jogos para celular estão sendo feitos

John Riccitiello diz que gráficos não são tudo e pede que estúdios que criam para celulares foquem em jogabilidades inovadoras.

11 anos atrás

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Nos últimos meses temos visto uma corrida desenfreada travada pelos criadores de jogos para dispositivos móveis em direção a gráficos cada vez mais próximos do que vemos nos consoles e computadores. Se por um lado isso pode ser uma maneira de conquistar jogadores sedentos por imagens realistas, para John Riccitiello, ex-CEO da EA, esta é uma tática equivocada.

Conforme explicou o executivo durante o evento Casual Connect, enquanto estava na Electronic Arts ele ouviu de diversos desenvolvedores que suas equipes iriam buscar gráficos de consoles para suas produções, algo que acreditavam ser necessário para os diferenciar dos demais, Riccitiello porém nunca concordou.

Acho que isso é um erro. Investir em gráficos melhores sem descobrir o que diferenciará sua jogabilidade – sem pensar em como a jogabilidade recompensará o jogador – é um caminho para o fracasso. Jogos mais bonitos custam mais para serem feitos. Jogos melhores satisfazem os jogadores.

Como exemplo o executivo citou os jogos de estratégia e os de ação/aventura, que durante a década de 90 passaram a adotar gráficos em 3D, aumentando consideravelmente o custo de produção. Contudo, se essa nova dimensão não adicionou praticamente nada ao primeiro gênero em termos de jogabilidade, o segundo pôde oferecer uma experiência bastante diferente do que víamos anteriormente.

Ainda nesta linha de raciocínio, Riccitiello afirmou que os estúdios deveriam aproveitar o poderio de processamento dos novos aparelhos para entregar novas experiências, coisas que não seriam possíveis antes e que não se resumam apenas a gráficos melhores, permitindo assim que mais títulos permaneçam por um tempo maior entre os 50 mais vendidos e questionou, por exemplo, se daqui a 25 anos o Clash of Clans ainda estará entre nós, mesmo tempo de vida que a série Madden completa em 2013 ou se daqui um ano o Candy Crush ainda continuará em evidência.

Acredito que esta seja uma opinião bastante sensata e que deveria ser seguida por todo mundo, não apenas por quem desenvolve para celulares ou tablets. Só é uma pena que ela não tenha sido externada na época em que ele ainda estava na EA.

[via Polygon]

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