Marcellus Pereira 28/12/2007 às 20:13
Há tempos que venho tentando colocar as mãos num notebook da HP (pelo menos, num modelo recente). Além do apelo da marca, há aquele controle remoto embutido que, se não é tão bonitinho quanto o do MacBook, fica muito bem escondido no slot ExpressCard e deve quebrar um galhão quando se precisa assistir àquele vídeo caseiro na TV da sala.
Pois consegui! Será que o tal controle (e o sistema como um todo) corresponde às expectativas? Vamos ver...
Primeiras Impressões
O que esperar de uma máquina com as seguintes características:
O gabinete é realmente muito bonito. Infelizmente, as fotos não têm boa resolução, mas os detalhes no acrílico (tanto internos quanto externos) causam uma excelente impressão. Como tudo na vida tem um preço, a tampa parece arranhar facilmente, como aconteceu com o Toshiba A205.
O teclado é macio, muito agradável ao tato. As teclas são "porosas" e dão uma excelente resposta ao clique. Particularmente, preferia que fossem da mesma cor do gabinete, o preto fica um pouco destoado, mas é só questão de gosto.
Duas coisas chamam a atenção, quando se levanta do display: os dois microfones embutidos, no topo, perto da câmera e as teclas multi-mídia, com leds azuis. Não são teclas mecânicas, mas sensores capacitivos. Sem o "clique" mecânico, o driver do teclado é o responsável pelo aviso sonoro de ativação. Visualmente, ficou muito agradável, mas o problema é fazer isso funcionar no GNU/Linux®, por exemplo.
O som vem de dois alto-falantes com a marca Altec Lansing. Não espere nada muito sofisticado, até pelo tamanho do sistema. É o suficiente para conversas no skype mas vai fazer sofrer os ouvidos dos amantes de música.
O display é muito bonito e brilhante. Tem a tecnologia anti-reflexo, que já é padrão nessa classe de micros.
A parte frontal tem a chave de controle da rede WiFi, os conectores de fones-de-ouvido, microfone, S/PDIF e o sensor do controle remoto. Para os enamorados que gostam de ver DVDs água-com-açucar juntinhos, a saída S/PDIF pode ser convertida em áudio normal, o que permite ter dois fones-de-ouvido no mesmo micro.
Na lateral direita está o conector ExpressCard, o drive de DVD RW, um conector USB e a entrada para a fonte de alimentação. Aliás, um ponto falho no excelente acabamento do sistema aparece justamente nesse conector USB: com o cabo de energia ligado, vai ser muito difícil espetar um pendrive ali.
O controle remoto pode ficar "alojado" no slot ExpressCard, bastando um aperto para que ele saia. Uma ótima solução, realmente muito bem bolada.
Na lateral esquerda ficam as saídas de vídeo e VGA, o conector de expansão da HP (Expansion Port 3), o conector Ethernet, modem, duas portas USB, uma FireWire e o leitor de cartões MMC/SD.
Testando...
Não é novidade que a tecnologia AMD está comendo poeira da Intel já faz tempo. Nada mais natural que a curiosidade sobre como esse Turion se revelaria nos testes.
Começando pelo vídeo, uma anedota interessante: o vendedor jurou de pés juntos que a memória da GeForce Go 6150 não era compartilhada. Balela... bastou uma olhada rápida nas especificações para descobrir o contrário. Inclusive, na BIOS há uma opção de se configurar a quantidade de memória a ser "roubada" do sistema.
Rodando o Aquamark 3, o resultado foi pior que o da GMA950: 7014 pontos contra 8997 do nosso último teste.
Na avaliação do Windows Vista, a nota ficou abaixo do nosso Toshiba A205: 3,0 pontos contra 3,1, justamente por causa do vídeo.
Para um sistema dedicado a aplicações "home office" está de ótimo tamanho. Jogos mais antigos (Crimson Skies, alguém?) também rodam sem grandes engasgos.
O desempenho do HD, medido pelo HDTach, não foi dos piores (considerando, sempre, que é um portátil):
Poderia ser um pouco melhor, mas entre velocidade/rapidez e o consumo da bateria, está aceitável.
Falando em bateria, esse é um ponto que merece destaque. Nesse modelo, são 12 células de íon lítio, o que fez o micro funcionar por até cinco horas usando suites de escritório e com a rede WiFi habilitada. Esse resultado foi obtido usando o Kurumin, já que o Vista é um conhecido devorador energia. Na parte de baixo do laptop, é possível ver um "calombo", pois a bateria é muito grande para ficar alinhada com o gabinete. A HP utilizou esse que poderia ser um ponto fraco como arma, fazendo que haja um bom espaço para ventilação entre a superfície e as entradas de ar.
Um ponto fraco, facilmente percebido depois de algumas horas de uso, é o calor excessivo. Deixar o laptop sobre a perna é impossível e as palmas das mãos também sofrem... todo o teclado, além do "touch pad" esquentam ao ponto de incomodar, quando o ambiente está acima dos 30 graus Celsius.
O controle remoto funcionou perfeitamente com o Media Center do Vista. O único senão fica por conta da velocidade... às vezes é preciso esperar um pouco entre cada "aperto de botão", mas nada que o uso contínuo não resolva.
Palavras Finais
Para um micro destinado a "home office" está de bom tamanho. Jogos e compilações não são muito indicadas, mas possíveis. A temperatura também é um problema: pense duas vezes antes de utilizá-lo em ambientes quentes ou sem condicionamento de ar.
A falta do Bluetooth foi sentida, também. Sem o IrDA, ele seria a única forma de trocar arquivos com celulares sem utilizar fios (essa é a idéia de um portátil, certo?). Outra coisa: o máximo de memória permitida no sistema é 2GB. É o suficiente para o Vista e as aplicações mais comuns, mas se o seu caso for específico, fique atento.
No final das contas, é um bom micro que vale os R$ 2.850,00 pagos. Se bem que, por esse preço, os DVDs de recuperação poderiam ser fornecidos. Existe a opção de gerá-los a partir das imagens previamente gravadas no HD mas, convenhamos, HP, seria um custo adicional assim tão alto?