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Tecnologia mortalmente eficiente

17 anos atrás

meiobit-matador2.jpg"Cada unidade de lançamento comporta dois mísseis. Após programadas as coordenadas do alvo, os caminhões off-road estremecem levemente, enquanto a pesada caçamba gira, sob comando dos computadores, cada um com um ângulo e uma orientação levemente diferente, mas todos direcionados ao campo de pouso inimigo.

Quando é dada a ordem de disparar, dez mísseis saem dos tubos, impulsionados por um primeiro estágio de foguete, para em seguida abrirem suas asas, acionarem os jatos e voarem em direção ao alvo com a velocidade de um avião de carreira.

meiobit-matador.jpgA 300Km de distância o inimigo não tem idéia do que o espera. Voando abaixo da cobertura do radar, cada míssil já tem seu alvo determinado. 5 aproximam-se do leste, e graças à navegação por GPS acertam com precisão sub-metro porções diferentes da pista de pouso, a ogiva de alto-explosivo de 200Kg em cada míssil gerando crateras que levarão semanas para serem consertadas.

Ao mesmo tempo 2 mísseis voando próximos se dividem. Um acerta a estação de radar na colina, o outro acerta a base da torre de controle. Os três mísseis restantes sobrevoam a área próxima aos hangares. onde os caças eram deixados em prontidão. 8 Migs, juntos e abastecidos. No ponto exato para causar mais dado, os mísseis soltam 24 submunições cada um. Uma única dessas capaz de danificar um tanque, destroem facilmente os caças. O comandante da base mal tem tempo de sair de seu alojamento e ver os três últimos mísseis, agora vazios, apontarem o nariz para cima, estolarem e caírem no chão, adicionando o que restava de seu combustível ao caos já reinante. A ação toda durou pouco mais de 40 segundos"

A descrição acima poderia ter sido feita por alguém falando da guerra no Iraque, Tom Clancy, especial do Discovery sobre armas de alta tecnologia, mas na verdade estamos falando de tecnologia nacional. Nada a ver com mísseis Tomahawk, a arma aqui é o míssil AV/MT-300 da Avibrás, um míssil de cruzeiro, desenvolvido no Brasil e compatível com o sistema Astros II.

Pesando 700Kg, voando a mach 0.7 e com alcance divulgado de 300Km, o AV/MT-300, conhecido como Matador coloca o Brasil no seletíssimo clube de países com capacidade de desenvolver mísseis de cruzeiro, e com tecnologia toda nacional. Com preço estimado de US$800 mil, contra US$1,2 milhão dos concorrentes, esse brinquedo tem tudo pra garantir uma boa receita para a Avibrás, que está estudando modelos com mais carga útil e maior alcance.

Estima-se que o poder de fogo de dois desses mísseis seja suficiente para destruir uma refinaria de petróleo.

Quem diria que o Brasil teria tanta excelência em um campo tão restrito?

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