Microsoft usa Kinect para homenagear o inventor da maçã

Uma das lendas urbanas mais conhecidas é a de que Sir Isaac Newton estaria descansando debaixo de uma árvore, quando uma maçã caiu em sua cabeça. Nesse momento ele teria descoberto a Lei da Gravidade. É bonitinha, mas a única invenção que já surgiu de uma pancada na cabeça foi o capacitor de fluxo.

Newton provavelmente usou a maçã como exemplo, ou viu uma cair no chão e extrapolou daí. A Lei da Gravitação Universal, como é conhecida, vai muito, muito além de uma maçã, mas mesmo assim pode ser descrita por uma equação simples, que qualquer criança com boa vontade entende:

Basicamente, matéria atrai matéria na proporção direta do produto das massas, dividido pelo quadrado da distância. Quanto mais longe mais rápido a gravidade enfraquece.

 

Essa equação colocou homens na Lua, a Curiosity em Marte e a Voyager nos limites do Sistema Solar. A mesma Lei que rege uma maçã caindo comanda a Estação Espacial Internacional. A mesma Lei e a mesmo Força.

na altitude de 350Km mais ou menos, onde a ISS orbita, a força da gravidade é de 0,89g, uma diferença imperceptível do que estamos acostumados em Terra, 1g.

“mas como todo mundo flutua?”

Aqui entra um conceito que em teoria é apavorante: Ninguém flutua, estão todos caindo. Imagine: Caindo, eternamente, em um enorme poço sem fundo. O pequeno detalhe é que estão caindo MAS se movendo horizontalmente com grande velocidade. Como a Terra é curva, se o objeto se move para o lado mais rápido do que para baixo, quando chegar no “chão” não haverá mais chão, continuará caindo em direção ao horizonte.

Esse diagrama acima foi desenhado pelo próprio Sir Isaac Newton, em 1729, uma época em que ainda vivíamos em cavernas e desconfiávamos do fogo, essa novidade provavelmente passageira.

Por sua contribuição à ciência Isaac Newton foi usado no primeiro logo da Apple, para horror de gerações de designers. Quanto à Maçã, é autoexplicativo.

Newton também foi o nome do antepassado de todos os PDAs, um produto que fracassou por estar anos adiante de seu tempo e ser analfabeto.

A admiração por Sir Isaac Newton transcende a mesquinharia fanboyzística da Internet, então os cientistas da Microsoft Research Cambridge nem piscaram quando tiveram uma rara oportunidade: escanear a máscara mortuária de Sir Isaac Newton.

Antes do advento da fotografia era comum fazer máscaras de gesso de personalidades recém-falecidas. Isso preservava as feições e permitia que artistas criassem pinturas e esculturas sem ter que depender de memória ou rascunhos feitos às pressas.

O grupo foi até a Royal Society, onde um laptop e um Kinect, mais um software experimental foram usados. O programa filtra os dados do Kinect, removendo o ruído e produzindo uma representação 3D detalhada do objeto. Funciona como um scanner de mão, só que 3D.

Não é um produto pronto, talvez nunca seja, é só um software de pesquisa, mas as possibilidades são imensas. De alunos de modelagem 3D escaneando chaleiras, a pesquisadores em tom solene escaneando o rosto do maior cientista de todos os tempos, veja:

Fonte: Guardian