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X-47B–Talvez não Skynet, mas um futuro bem desenhos de manhã de Sábado

11 anos e meio atrás

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O Apocalipse Robótico é inevitável, nem vale mais a pena perder tempo tentando alertar as pessoas contra ele. Na verdade rola até uma sensação de anticlimax, ver algo tão esperado acontecer diante de nossos olhos. Por isso minha surpresa com projetos como o X-47B na Northrop Grumman.

O X-47B é um avião robô que realiza boa parte das previsões dos desenhos, onde por questões éticas e morais era proibido falar de mortes, então quase sempre os heróis combatiam robôs, isso quando os soldados do Cobra não conseguiam o feito de saltar de para-quedas escapando de um helicóptero.

Os filmes da Segunda Guerra criaram a impressão de que é preciso milhares de aviões, tanques e soldados para conseguir vantagem tática, mas aqueles ataquem com 2000 fortalezas voadoras só aconteciam por total ausência de uma tecnologia decente para mirar as bombas. Não raro erravam os alvos a ponto de errar de cidade. Até no país errado já soltaram bomba.

 

O desenvolvimento de munição de precisão acabou com essa necessidade. No ataque inicial a Bagdá na 2a Guerra do Golfo foi usada mais munição do que no Dia D. Só parte da cidade ficou sem energia e a água voltou em 2 dias. Lembro pois em estava no meio de um período de QUINZE dias sem água, por culpa da CEDAE.

O ataque foi transmitido pela CNN, ao vivo, algo impensável em outras guerras, onde quem estava na cidade estava no alvo.

Essa precisão permite que muito seja feito com poucas aeronaves, igual nos desenhos, onde o combate envolvia um grupo minúsculo de soldados.

Na parte da aviação, perceberam que o piloto é a parte mais cara do conjunto, e a que mais sofre com baixas. O Comando de Bombardeiros da RAF na 2a Guerra Mundial perdeu 55 mil tripulantes, de um total de 125 mil. Isso dá mais de 44% de baixas. Totalmente inaceitável nos padrões de hoje.

Antigamente havia a idéia de substituir o avião por um drone, controlado remotamente. Isso reduziria as baixas para zero, mas que tal ir além e remover completamente o piloto da equação?

A dinâmica de um ataque de bombardeiro é completamente diferente de um caça. Não há reações de fração de segundo a compensar. É possível programar toda uma missão, tendo razoável confiança de que a ponte a ser derrubada não vai mudar de lugar.

É aí que entra o X-47B. Essa coisa linda é o primeiro avião autônomo. Não é um drone, não é um aviãozinho de controle remoto. Ele foi projetado para decolar, executar sua missão, voltar e pousar. Em um porta-aviões. Sem interferência humana.

Lindo e futurista, tem alcance de 3900Km levando duas toneladas de bombas. Um B17 – Fortaleza Voadora da 2a Guerra levava 2,7 toneladas, mas com alcance de 3200Km exigindo uma tripulação de 10 pessoas.

O custo do projeto está estimado em uns 813 milhões de Dólares, bancado pela Northrop Grumman, que quer muito que a Marinha dos EUA compre o conceito.

O software já está bem avançado. Instalado no F18, já fez de forma totalmente autônoma, exceto pelo piloto supervisionando com a mão a milímetros do manche, 36 aproximações, 16 toques e arremetidas e 6 pousos completos em porta-aviões.

Ao menos oficialmente o X-47B é só um veículo de testes de conceito, a Marinha jura que ele nunca será armado, e após testes de reabastecimento ano que vem, será aposentado. Todo mundo finge que acredita.

A guerra aérea se encaminha para virar uma guerra limpa, onde nações se enfrentarão e o total de baixas será zero, exceto para os buchas que assistiremos do chão enquanto os robôs se digladiam.

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