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Mistério: Faxina Cósmica em TYC 8241 2652?

12 anos atrás

pilares

Essa imagem clássica do telescópio Hubble é conhecida como Pilares da Criação, nuvens de gases e poeira que agem como berçários cósmicos, onde nascem a próxima geração de estrelas. Não se engane, o maior pilar tem pelo menos 4 anos-luz de comprimento, a distância da Terra até Alfa-Centauro.

Impressionante? Se você achou isso grande (taí uma frase que não uso muito) tenha em mente que os pilares são apenas parte da Nebulosa da Águia, uma estrutura cósmica magnífica.

Quando o material se concentra a ponto de produzir fusão de Hidrogênio e efetivamente “acender” a estrela, boa parte do material é ejetado, mas uma parte ainda se mantém orbitando o novo astro. Esse material formará os planetas pequenos, rochosos como a Terra. Hoje nossa tecnologia permite identificar esse disco de material proto-planetário em estrelas distantes, e aí que começa nosso problema.

 

Ou melhor, o problema de TYC 8241 2652. uma estrela na constelação de Centaurus. a 450 anos-luz da Terra. É novinha, uma estrela ninfa-bebê, tem apenas 10 milhões de anos de idade, em termos astronômicos o pedobar a está orbitando com uma nave escrito “Free Candy” no casco.

O disco de poeira de 8241 foi identificado em 1983 por um satélite da NASA, e por mais de 20 anos brilhou, quietinho na faixa do infravermelho, com uma assinatura espectral indicando que tinha uma temperatura de 180 graus. Muito parecido com esta interpretação artística:

Planet-Forming Disk Around a Baby Star

Um belo dia em 2009 uma observação de rotina no Chile identificou uma variação no brilho do disco. Em um ano, ele sumiu completamente.

Como não existe Ciência sem repetição, observação e confirmação por pares, outros instrumentos foram usados, outros astrônomos começaram a observar a estrela e realmente, nada de disco. Os cientistas estavam diante de um dos maiores momentos WTF? da astronomia: O disco de detritos de TYC 8241 2652 havia simplesmente desaparecido, e isso era impossível.

Novas observações em 2012 confirmaram: O disco realmente… sumiu.

O caso foi tão surpreendente que a UCLA chamou o fenômeno de algo digno de Houdini.

Não estamos falando de algo trivial como uma supernova, ou um cometa devorado por um planeta. Estamos falando de uma nuvem imensa, ocupando boa parte de um sistema solar (no nosso caso iria pelo menos até a órbita de Marte) desaparecer completamente em menos de 2 anos. Normalmente deveria desaparecer em 3 milhões de anos.

Nenhuma variação na estrela em si foi detectada, Ela não emitiu nenhuma labareda nem absorveu o disco. Especula-se que talvez dois planetas tenham se chocado e a explosão espalhado e dispersado o material.

Nenhuma das idéias apresentadas como possível explicação é muito convincente, estamos lidando com um evento único. Há indícios de que duas outras estrelas possam estar começando a passar por um fenômeno semelhante, mas são muito preliminares.

Tenho para mim que a única explicação para eliminar rapidamente um disco estelar de gás e poeira é…

MEGAEMPREGADA!

empreguetesdoespaco

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