Os americanos adoram a Netflix (alguns controles remotos contam com botão especial dedicado ao serviço, inclusive). Foi a primeira empresa a alugar DVDs que chegavam na casa do cliente por meio dos correios e de serviços de entrega expressa (o famoso motoboy). Depois, a empresa partiu para distribuição de conteúdo via internet, ideia que inspirou a Netmovies no Brasil. Resultado disso: a Netflix responde sozinha por 30% do tráfego de internet nos Estados Unidos.

De acordo com dados levantados pela empresa Sandvine sobre o uso que os americanos fazem do downstream, a Netflix abocanha 30%, como eu já disse. O protocolo HTTP, que é sinônimo de navegação convencional na web, aparece em segundo lugar, com 18%.

O número é bastante elevado, o que levantou discussões se a estatística foi apurada da maneira correta. Em entrevista ao TechCrunch, o CEO da Netflix afirma que esse valor é genuíno quando estamos falando de distribuição de conteúdo diretamente até a casa do cliente. Explico: Netflix usa sistemas de cache, que copiam os filmes em servidores locais, o que torna o acesso a eles mais rápido. Se você mora em San Francisco, provavelmente seus filmes virão de um servidor na região oeste dos EUA. Se mora em Nova York, os mesmos arquivos replicados em um servidor na região leste serão enviados para a sua casa.

Com isso, a presença do Netflix na estatística de uso da internet residencial aumenta. No entanto, a troca de dados do serviço é similar ao do Hulu ou do YouTube quando consideramos o tráfego entre backbones, a infraestrutura mais complexa da internet americana e mundial. Em resumo: Netflix detém 30%, mas levando em consideração que esse conteúdo está replicado em diversas regiões dos Estados Unidos.

Netflix: dos correios diretamente para os downloads

Embora os vídeos do YouTube sejam muito assistidos, o site aparece somente na terceira posição, com 11% do tráfego. E a pirataria troca livre e democrática de arquivos, simbolizada pelo BitTorrent, figura em seguida, respondendo por 10% dos downloads totais por lá.

E o iTunes da Apple? Somente 3% dos downloads nos Estados Unidos dizem respeito à loja de aplicativos, músicas e filmes do legendário Steve Jobs. Os vídeos em Flash, por exemplo, têm maior participação: 5%.

Maior rede social do mundo, o Facebook responde por 2%. Mas cabe lembrar que o FB é baseado praticamente em texto e fotos, sem conteúdos mais pesados. Ainda assim, merece a nossa atenção por ser um dos poucos sites que, sozinhos, entram na lista divulgada pelo Business Insider.

Assustador é pensar que a pirataria perde para os filmes legais, de modo geral. Acho que, se a pesquisa fosse feita no Brasil, as coisas não seriam bem assim.

Atualização às 21h54 | O texto foi alterado para refletir melhor os números divulgados recentemente; inclusão de infirmações fornecidas pelo CEO da Netflix.

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Thássius Veloso

Thássius Veloso

Editor

Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Também atua como comentarista da GloboNews, palestrante, mediador e apresentador de eventos. Tem passagem pela CBN e pelo TechTudo. Já apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo, e publicou artigos na Galileu e no jornal O Globo. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se.

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