Por mais que os governos autoritários tentem manter a população sem internet para conter possíveis protestos e a divulgação de informações sobre eles, seu povo vai encontrar formas de transmitir para o mundo as informações que quiserem. Foi assim no Egito e na Argélia, que foram ajudados com a ajuda de linhas de telefone e conexões dial-up. Dessa vez é a Líbia que entra na lista de países com conflitos internos que também vai precisar recorrer a esse tipo de acesso.


Desde a semana passada a população libanesa sofre uma espécie de toque de recolher online. Segundo a pesquisa da empresa de análise de tráfego Renesys, desde o dia 18 eles têm observado um padrão de desconexão à internet no país. Às 1 da manhã no horário local, a internet fica inacessível e só volta sete horas depois. O padrão tem se repetido nos últimos três dias e segundo alguns habitantes do país, o governo também tem censurado e impedido acesso a redes sociais no país.

Para tentar driblar esse bloqueio e a censura online, um grupo de hackers criou a operação Lybia White Fax.

Como as linhas de telefone ainda funcionam no país os hackers estão enviando a imagem acima para diversos números que eles sabem que estão ligadas a aparelhos de fax. Essas informações mostram números de internet discada criadas por empresas de fora e que servem para a população se conectar e divulgar qualquer informação ou apenas falar com parentes de fora que estão preocupados.

Enquanto isso a capital do país, Trípoli, continua cheia de manifestantes que estão sendo duramente reprimidos pelo governo. Mas ao que parece, mais uma vez os políticos subestimaram o poder que a internet traz à população. Ou, nesse caso, a ausência dela.

Com informações: Renesys Blog, BoingBoing.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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