Pebble

Os rumores que surgiram nos últimos dias eram verdadeiros. Nesta quarta-feira (7), a Pebble confirmou a sua venda à Fitbit. Seria apenas uma mudança de mãos se não fosse por um pequeno detalhe: com o negócio, a Pebble deixará de produzir e comercializar os smartwatches que a colocaram em posição de destaque no mercado. Uma pena!

A Pebble ganhou fãs em todo o mundo ao realizar, em 2012, uma campanha no Kickstarter para promover o smartwatch que leva o seu nome. Entre os atrativos do dispositivo estão a integração com o Android e o iOS, além de uma tela e-ink que, como tal, não castiga a bateria.

Até hoje, o projeto é considerado um dos maiores sucessos do Kickstarter. A meta de arrecadação era de US$ 100 mil, mas a Pebble conseguiu mais de US$ 10 milhões com a campanha. Depois disso, outros wearables foram anunciados pela marca, todos atraindo uma legião de compradores: estima-se que a empresa tenha ultrapassado a marca de 2 milhões de dispositivos vendidos.

A primeira geração do Pebble

A primeira geração do Pebble

Nada mais natural, portanto, que a Pebble fosse comprada. O que não era esperado é que o negócio fosse significar o fim da empresa. No anúncio divulgado hoje, a Pebble explica que descontinuará todos os seus produtos, inclusive os mais recentes: os relógios Pebble 2 e Pebble Time 2, além do Pebble Core, pequeno gadget de monitoramento de atividades físicas.

Para quem já tem um produto Pebble, nada muda, pelo menos por algum tempo: o dispositivo continuará funcionando como de costume, assim como os serviços nas nuvens associados ao relógio. A empresa frisou, porém, que em algum momento limitará as funcionalidades disponíveis. O suporte de garantia, por exemplo, já foi encerrado.

Já os usuários que apoiaram algum dos dispositivos em campanhas recentes e ainda não receberam o produto serão reembolsados integralmente em um prazo que varia entre quatro e oito semanas.

Infelizmente, os funcionários que trabalhavam na Pebble também serão afetados: há informações de que a Fitbit contratará apenas 40% deles, ou seja, mais da metade do time será dispensada.

Pebble Core

Pebble Core

Por que a Fitbit compraria uma empresa para acabar com ela? As razões ainda não estão claras, mas sabe-se que a decisão não é dela, não totalmente: tudo indica que a Pebble já vinha enfrentando dificuldades severas para manter as suas operações, portanto, o encerramento do negócio era iminente. O que a Fitbit está fazendo, basicamente, é incorporar tecnologia, software e propriedade intelectual da Pebble.

Dado o sucesso que a Pebble vinha fazendo, é surpreendente saber que a empresa estava enfrentando momentos difíceis. Mas, na verdade, o mercado todo está sofrendo: nem mesmo gigantes como Apple e Samsung estão conseguindo ocupar uma posição confortável no segmento de smartwatches e semelhantes.

Isso indica que, mesmo adquirindo a Pebble — ou o que sobrou dela —, a Fitbit terá dias turbulentos pela frente.

Nenhuma das companhias relevou o valor do negócio, mas, segundo a Bloomberg, a Fitbit não deve ter desembolsado mais do que US$ 40 milhões pela Pebble.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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