Trocar de telefone – e de plataforma – nunca é uma tarefa fácil. Faz anos que eu tinha minha vida razoavelmente resolvida em torno do Symbian (com Nokias E62, N95, 5800) e, no fim do ano passado, peguei um aparelho com Android (um Motorola Dext).

Fato é que a migração é razoavelmente tranquila. Para quem está acostumado com um iPhone, o Android só tem mais botões para apertar. Não sou da turma dos neuróticos por aplicativos (convenhamos, entre 30 mil do Android e 180 mil do iPhone, tem muita gordura para queimar nesse meio), mas uma única coisa, simples e básica, me faz usar o Dext todos os dias (e deixar o 5800 na reserva, como o melhor despertador de todos os tempos – vire-o para ter mais 15 minutos de sono – e modem backup): o Gmail.

O uso do Gmail, na verdade, me fez mudar a visão sobre correio eletrônico. No desktop, usei por muito tempo Eudora, Outlook, Outlook Express, Apple Mail, Entourage. E desisti. A facilidade do “armazenamento monstro” – hoje em quase 7,5 GB torna qualquer um em um preguiçoso do e-mail. É fato: não precisar apagar mensagens é altamente tentador. Até que consigo gerenciar as coisas de maneira razoável (36% do espaço estão tomados, e já conheci dois figuras que estouraram suas cotas de Gmail por pura preguiça), e redireciono meu e-mail pessoal e profissional (viva o Google Apps) para uma só caixa de entrada.

É essa megacentral de mensagens e seu passado completo que me interessam no Gmail para Android: diferente de um BlackBerry ou de qualquer outro programa de e-mail para smartphone (inclua aí o Nokia Messaging e até mesmo o cliente nativo de e-mail do Google), que baixam as últimas mensagens para o dispositivo móvel, o Gmail para Android está mais para um cliente web do e-mail. E todas as minhas mensagens estão lá, a um clique/busca de distância. Nem a interface nova do e-mail do iPhone faz isso, infelizmente.

Embora o acesso a todo o seu passado de e-mails seja o grande motivo para ter um aparelho com Android (e com a versão 2.1 dá para ter múltiplas caixas de entrada, o que é ótimo para separar pessoal do profissional), o mesmo sistema tem o pior método de gerenciamento de contatos do universo (aqui no Dext, vejo contatos do Twitter, Facebook, Google, Favoritos do MotoBlur ou todos juntos). Superprático, não? Mas isso é assunto para outro post.

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Henrique Martin

Henrique Martin

Henrique Martin, Jornalista formado pela PUC-SP, tem 11 anos de experiência com comunicação e internet. Cobre a área de tecnologia desde 1999, quando foi repórter na Folha de S.Paulo. Desde então, passou por veículos como PC Magazine, Macworld, PC World, The Industry Standard e Folha Online, entre outros. Hoje é dono do Zumo.

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