Funcionários da Foxconn em Jundiaí ameaçam entrar em greve

Trabalhadores reclamam de alimentação e transporte.

Paulo Higa
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• Atualizado há 4 dias
Foxconn tem até o dia 3 de maio para melhorar alimentação, contratar mais ônibus e resolver problema de falta d

A fama da Foxconn não é das melhores na China, onde concentra grande parte da sua linha de produção. No Brasil, com leis trabalhistas rigorosas e até elogios vindos do Sindicato dos Metalúrgicos, era esperado que a unidade em Jundiaí, onde são fabricados produtos da Apple, não sofresse com muitas reclamações dos trabalhadores. Não foi o que aconteceu, infelizmente.

O Jornal de Jundiaí noticiou ontem (25/4) que os 2,5 mil trabalhadores da fábrica da Foxconn na cidade podem paralisar suas atividades no dia 3 de maio. O prazo é de dez dias após as denúncias feitas na noite de segunda-feira (23/4), quando empregados se reuniram em uma assembleia e reclamaram de falta d’água, problemas sérios no transporte e refeição de péssima qualidade.

Um dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí e Região, Evandro Santos, revelou que os problemas estão se acumulando e, na semana passada, não havia água nem para preparar as refeições. A alimentação, inclusive, é outro problema — de acordo com os funcionários, a comida não é das melhores. A falha é agravada com as longas e demoradas filas de espera. No dia em que houve falta d’água, a comida chegou por Sedex.

Se trabalhar dentro da fábrica não parece muito atrativo, chegar até a Foxconn de Jundiaí parece estar cada vez pior. Os ônibus que fazem o transporte dos funcionários estão superlotados devido à falta de planejamento; o número de empregados cresceu para atender a demanda, mas o número de veículos não acompanhou o ritmo. Muitos precisam viajar em pé durante a viagem, aumentando o risco de acidentes graves. É importante lembrar que estamos falando de ônibus fretados pela empresa, não ônibus públicos, onde a cena é comum.

A Foxconn precisa resolver seus problemas até o dia 3 de maio para manter seus empregados trabalhando. Caso o problema não seja resolvido diretamente com a empresa, a denúncia também deve chegar aos órgãos competentes, segundo o diretor do sindicato. A fabricante decidiu não se manifestar sobre o assunto, o que é uma pena.

Com informações: Gizmodo Brasil.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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