Diablo III: jogamos o Beta

Saiba o que mudou no game da Blizzard mais esperado para 2012.

Gus Fune
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• Atualizado há 5 meses

Foram mais de onze anos desde que o mundo dos games parou para derrotar os três prime evils: Baal, Mephisto e Diablo. Finalmente está pronto. Ou quase isso: Diablo III está chegando e nas últimas semanas eu estive com as mãos ocupadas destruindo meu mouse no beta fechado do jogo.


Nota: Esse preview é baseado em uma versão de testes de Diablo III. Muitos dos bugs e problemas relatados aqui poderão ser consertados pela produtora até o lançamento do game, seja em uma versão futura do beta ou na versão final.

De volta a Tristam e Sanctuary

O Beta começa no mesmo lugar em que a versão final do jogo se inicia e vai até metade do primeiro ato. Como esperado, você começa controlando um herói nível 1 e está convenientemente próximo a algum acontecimento para iniciar sua jornada de salvar o mundo. Enquanto seguia a estrada, fui me familiarizando com os controles focados 100% no mouse, fui me ajustando até pegar a manha do jogo.

Logo nesse início há um ponto negativo, mas que acredito que vai ser consertado: a total falta de um tutorial. Pra quem nunca botou as mãos em Diablo na vida, ou pra quem deixou o mouse-de-batalha descansando por muito tempo, vale muito a intuição pra entender os comandos e efeitos de cada botão apertado. O lado bom é que muito da interface e da jogabilidade é intuitiva, o que já deixa Diablo com um potencial enorme para agradar fãs do casual ao hardcore.

Não demora muito tempo para já encontrar um pouco de ação. Chris Metzen, uma das principais cabeças criativas da Blizzard, citou a importância de um game engajar o jogador nos primeiros três minutos durante o evento para devs GDC. Em Diablo III acho que não chega a metade disso. Logo no primeiro minuto mortos-vivos começam a aparecer na estrada e tentar arrancar um pedaço dos seus miolos, e aí tem início a ação ininterrupta do jogo.

A história se encaixa com Diablo II e a expansão Lord of Destruction. Você está nas portas de Tristam, cidade importante dos títulos anteriores, exatos vinte anos depois dos eventos de D2. No presente, uma estrela cadente — pra mim parece mais um meteoro — caiu na catedral de Old Tristam e mortos-vivos começam a levantar e invadir a cidade. Nas próximas horas de jogo o roteiro apresenta Leah, que clama ao nobre herói, você jogador, para salvar seu tio das profundezas da antiga catedral. O tio de Leah nada mais é do que o lendário Deckard Cain, personagem importantíssimo nas tramas de Diablo 1 e 2.

Gameplay

Uma das primeiras mudanças em relação a Diablo 2 é o auto-loot do dinheiro. Sabe aquela loucura em ficar catando moedinha igual pombo no milho? Já era, agora é só passar por cima. Outra mudança é o drop de poções em alguns inimigos mortos: essas poções automaticamente ajudam a recuperar sua vida quando passadas por cima. O lado bom disso é que acabou aquela necessidade de juntar um bilhão de poções de vida ao entrar numa batalha difícil, mas no Beta senti que isso acabou deixando o jogo fácil demais.

Outro elemento interessante no jogo são os objetos interativos no cenário. Muitas vezes uma corda ou uma estante de livros parada na parede pode mudar muito da jogabilidade. Um item raro escondido, ou uma armadilha posicionada, podem tanto salvar quanto arruinar sua vida. Por diversas vezes eu consegui durante a partida eu consegui matar meia dúzia de inimigos ao atirar uma flecha ou magia em uma corda que segura o candelabro. Sangue pra todo lado.

A característica de sangue pra todo lado e interação com o cenário, aliás, são dois dos pontos citados por Kevin Martens, um dos roteiristas da Blizzard envolvidos na produção do jogo: “Você clica em tudo até alguma coisa explodir com sangue e tesouro”.

Clicar em tudo no cenário não é só uma ferramenta de exploração, mas também de destruição, e é muito fácil se situar pelo ambiente. A jogabilidade se resume a basicamente 2 botões do mouse, as teclas de 1 a 5 e algumas teclas de atalho que você não vai precisar decorar a não ser que tenha pressa em abrir o inventário.

Essa simplicidade nos controles — aliada a boatos no meio gamer — indica que Diablo pode em algum momento chegar para os consoles. A própria Blizzard admitiu em uma nota meses atrás estar fazendo experimentos do game em consoles, mas que não é nada certo ainda. Será que D3 chega um dia para a geração atual? Ou seria um spin-off? O jeito é aguardar.

Influência de World of Warcraft no meio dessa história

A grande mudança em Diablo 3 em relação ao anterior da série foi a mecânica de jogo em cada classe. Para quem não lembra ou não jogou Diablo 2, todas as classes possuíam dois tipos de indicadores vitais: vida e mana (necessário para usar habilidades e magias). Em D3 a coisa é diferente para cada classe, da mesma maneira que acontece em WoW.

Cito brevemente cada classe e como é jogar com cada uma delas.

Arcanista (Wizard). Como o nome diz, é uma classe voltada para a magia. Não segura muito dano de corpo-a-corpo, mas possui magias poderosas que consomem Poder Arcano (Arcane Power). Jogar com o arcanista pode ser resumido como correr enquanto cospe bolas de fogo. Lembra o Mago (Mage) em WoW, comparando ambos os jogos.

Bárbaro. O brutamontes que sai derrubando tudo e depois fazendo perguntas. No multiplayer pode ser facilmente apelidado de “o escudo de carne” por segurar muito dano e causar muito dano no corpo-a-corpo. Para usar as habilidades ele consome Fúria (Fury), que aumenta com o calor da batalha. Muito similar ao Guerreiro (Warrior) também em WoW.

Caçador de Demônios (Demon Hunter). Essa classe aguenta um pouco de porrada, mas sua força está no ataque com projéteis. Usando bestas, eles basicamente cospem flechas em tudo que se move. A classe usa dois diferentes recursos para os ataques: Ódio (Hatred), que se regenera rapidamente e é consumido em ataques rápidos, e Disciplina (Discipline), que tem uma regeneração bem devagar, mas é responsável pelos ataques mais fatais. Diferente das outras classes, essa fica difícil de comparar com alguma já existente em WoW.

Feiticeiro (Witch Doctor). Outra classe focada em magia, o feiticeiro utiliza ajudantes e maldições para atacar os inimigos. Seu recurso é a Mana, que não tem muita diferença do Poder Arcano do Arcanista. É um equivalente ao Warlock em WoW.

Monge (Monk). não é tão forte quanto o Bárbaro na porrada, mas tem uma vantagem: é rápido! O monge usa do Espírito (Spirit) para ataques especiais e seus próprios punhos para derrubar os inimigos. Lembra a classe Rogue no WoW, mas com sua identidade própria.

Além das classes, cada jogador vai poder escolher uma profissão em Diablo III. Não foram reveladas muitas novidades em relação a elas, mas sabemos que são: ferreiro, joalheiro e místico. Nessa mesma ordem, fica um tanto claro que o primeiro vai forjar armas especiais, a segunda itens e amuletos com bônus e a terceira criar encamentamentos para deixar suas armas mais fortes.

Outra ajuda ao jogador em D3 são os seguidores. Lembra daqueles NPCs que poderiam lhe dar uma forcinha com os chefões? No Beta é apresentado o Templário (Templar), uma espécie de paladino em uma armadura brilhante forte nos ataques corpo-a-corpo. Também vamos ter o Sibila (no inglês Enchantress), que deve ser uma espécie de arcanista, e o Vigarista (Scouldrel), que deve lembrar um Monge misturado com Caçador de Demônios. Como estamos no campo da especulação, muita coisa ainda pode aparecer diferente na versão final do jogo.

A Casa de Leilões (Auction House), que nada mais é do que um espaço para compra e venda de itens, também é outra influência clara de WoW no desenvolvimento de Diablo. Por conta de uma integração com PayPal, os jogadores vão poder comprar e vender usando dinheiro de verdade! Quem disse que jogar não é um bom negócio?

Abrindo os portões do inferno

De acordo com a Blizzard, Diablo 3 está pronto desde a Blizzcon e agora falta mesmo só alguns ajustes de balanceamento e bugs até a versão final chegar as lojas. Não foi definida uma data específica para o lançamento, mas está previsto para o primeiro trimestre de 2012.

O preço previsto é de US$ 59,00 (aproximadamente R$ 104,00) nos Estados Unidos e com download direto. Já no Brasil, entrei em contato com a assessoria da Blizzard, e me informaram que todas as informações relativas ao lançamento no país só estarão disponíveis mais perto da data.

Por enquanto não sabemos nada sobre preços, disponibilidade da edição de colecionador ou se a Casa de Leilões vai aceitar transações em reais ou apenas com as verdinhas. Independentemente do lançamento nacional, já é possível garantir uma cópia do jogo ao comprar o Passe Anual de assinatura de World of Warcraft.

Uma informação sobre o lançamento no Brasil é certeira: Diablo III vai chegar 100% dublado para português, assim como WoW e Starcraft II (no ano passado). Também não sabemos se vai ser possível trocar o idioma para quem quiser o jogo em inglês (ou em português pra quem comprar fora).

Também questionei algo que muitos fãs de Diablo estão curiosos em saber, mas a resposta foi um tanto obscura:

Atualmente, não há nenhuma informação sobre existência de um “Cow Level” em Diablo III.

Com ou sem ‘fase da vaca’, Diablo III é um dos grandes lançamentos esperados para 2012. Torço eu para ver ainda em breve o famoso Cow Level em alta resolução.

Atualizado em 07/05/2012.

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Gus Fune

Gus Fune

Ex-redator

Gus Fune é formado em Comunicação Social e pós-graduado em desenvolvimento e design de Games. No Tecnoblog, cobriu eventos como Electronic Entertainment Expo (E3), Game Developer Conference (GDC) e South by Southwest (SXSW) e escreveu sobre esse universo. Atua, hoje, como diretor de tecnologia e assessor, mas já esteve em projetos de empresas como 3M e Motorola.

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