Você não vai acreditar no que o Facebook vai fazer de novo no feed de notícias

A sensação de déjà vu não é só sua. Já é a terceira vez que a rede social anuncia isso.

Jean Prado
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• Atualizado há 3 semanas
clickbait

Dê adeus a títulos como esse: a partir desta quinta-feira (4), o Facebook anunciou que vai evitar mostrar títulos caça-cliques para quem usa a plataforma em inglês. Calma… a sensação de déjà vu não é só sua: a rede social já anunciou isso há dois anos e há 6 meses. Qual a novidade agora? Basicamente, o método que eles vão usar.

No primeiro anúncio, o Facebook mensurava quanto tempo a pessoa levava para ler a notícia; se era muito baixo, provavelmente era um clickbait. Provavelmente essa não deu certo e eles passaram a perguntar aos usuários se a notícia clicada era relevante, como informado há 6 meses. Acho que esse também não deve ter funcionado muito bem.

Mas agora parece que vai dar certo. Para descobrir se um título é clickbait ou não, o Facebook vai focar em dois pontos: se o título tem informações necessárias para dizer sobre o que o artigo é; e se o título exagera o artigo e engana o leitor.

Quer um exemplo? “Você não vai acreditar em quem tropeçou e caiu no tapete vermelho” é considerado clickbait pelo Facebook por não dar informações para entender o artigo. O que aconteceu, exatamente? Quem caiu? Assim como a nossa: “Você não vai acreditar no que o Facebook vai fazer de novo no feed de notícias”. A informação essencial é o combate ao clickbait.

Zuckerberg tenso

No segundo exemplo, “Maças fazem mal?!”, a rede social não considera um bom título porque engana o leitor (maçãs só fazem mal se você comer muitas todos os dias). Para chegar nesses resultados, uma equipe do Facebook revisou milhares de títulos com esses dois critérios, validando o trabalho de cada um para entender o que funciona e o que não funciona.

A rede social disse que fez essa alteração depois de muito feedback dos usuários, que precisavam clicar no artigo para saber informações cruciais. Aqui vão mais exemplos do Facebook que foram considerados como caça-cliques:

  • “Quando Ela Olhou Debaixo do Sofá e viu ISSO… FIQUEI CHO-CA-DO!”
  • “Ele Colocou Alho em seus Tênis Antes de Dormir e Você Não Vai Acreditar no que Aconteceu em Seguida”
  • “O Cachorro Latiu Para O Entregador e a Reação Dele Não Tem Preço”

Esse método é mais ou menos como o Gmail começou a categorizar spam, já que depois um sistema automatizado pelo Facebook determina quais frases são usadas em títulos clickbait que não são usadas em outros títulos normais. Obrigado, aprendizagem de máquina!

Aquelas páginas caça-cliques também vão se dar mal. Se um site for identificado com bastante conteúdo clickbait, links desse site vão aparecer menos no feed de notícias. Mas, se a página parar de publicar esse tipo de post, o Facebook vai parar de “penalizá-la”.

“Páginas que se baseiam em posts clickbait devem esperar ter menos alcance. Por isso, elas devem evitar títulos que retém informações necessárias para entender sobre o que é o artigo. Elas também devem evitar títulos que criam falsas esperanças”, disse a rede social.

Essa tentativa é bem interessante (se não falhar pela terceira vez). Não só porque ela evita esse tipo de post no seu feed de notícias, mas também porque mais pessoas vão procurar criar títulos mais informativos. Considerando que o Facebook leva mais audiência para sites de notícia que o Google, deve fazer uma baita diferença.

Ou as pessoas não vão mais clicar em nada no news feed e o mundo vai acabar. Quem sabe?

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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