Finja surpresa: estudo conclui que serviços de streaming reduzem pirataria

A gente já sabia (o Capitão Óbvio também): serviços como Spotify e Netflix estão tomando o lugar do P2P

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas
Spotify

Não que a gente ainda não soubesse, mas agora temos mais números para confirmar. Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (5), feita pela Kantar Media e patrocinada pelo governo do Reino Unido, concluiu que os serviços de streaming de músicas e vídeos, como Spotify e Netflix, estão impactando diretamente na redução do consumo de conteúdo pirata na internet.

O estudo levou em consideração 5,3 mil pessoas com 12 anos ou mais no Reino Unido, entre março e maio deste ano. De 2015 para cá, o Spotify aumentou sua participação de 16% para 19%, enquanto a utilização de softwares P2P para baixar conteúdo protegido por direitos autorais caiu de 12% para 10%. No total, 80% das pessoas estão utilizando apenas meios legais para ouvir música, mais que os 74% medidos há um ano.

E por que as pessoas estão pagando por esses serviços? Para a maioria (58%), o motivo é a facilidade e conveniência, enquanto 47% dizem que é uma maneira mais rápida de consumir conteúdo. Do outro lado, no grupo dos que acessam conteúdo pirata, 49% afirmam que o fazem por ser gratuito. 24% migrariam para serviços legais se fossem mais baratos e 20% fariam o mesmo se tudo o que precisassem estivesse disponível legalmente.

No Reino Unido, 80% das músicas e 73% dos filmes são consumidos em formato digital, bem mais que os ebooks, por exemplo, que respondem apenas por 33% das vendas de livros. Em geral, o download é preferido em comparação com a mídia física porque é mais fácil, mais rápido e mais barato.

Como dissemos no segundo Tecnocast, os serviços de streaming são a maneira mais prática de consumir música — e vários oferecem recursos adicionais, como funções de descoberta de música e recomendações personalizadas. Resta saber por quanto tempo esse modelo de negócios vai sobreviver: o Spotify nunca conseguiu lucrar devido aos altos gastos com royalties e, mesmo assim, os artistas não parecem muito satisfeitos com o dinheiro recebido por esses serviços.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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