Dropbox migra 500 PB de dados para servidores próprios
Também conhecido como "500 mil terabytes" ou "uma quantidade pornográfica de HDs"
Também conhecido como "500 mil terabytes" ou "uma quantidade pornográfica de HDs"
Nem todo mundo sabia, mas o Dropbox guardava os arquivos dos usuários na infraestrutura da Amazon. Guardava. Nesta segunda-feira (14), o serviço de armazenamento na nuvem anunciou que está terminando de migrar mais de 500 petabytes de dados (ou seja, mais de 500 mil terabytes) para servidores próprios, com o objetivo de aumentar o desempenho da plataforma.
A quantidade de dados no Dropbox cresceu 12 vezes nos últimos quatro anos: em 2012, apenas 40 petabytes de arquivos estavam nas mãos do serviço. O rápido aumento de usuários do Dropbox, que ultrapassou mais de 500 milhões de contas na semana passada, foi um dos incentivos para que a empresa passasse a investir numa infraestrutura própria.
O Dropbox diz que, ao manter seus próprios servidores, pode melhorar o desempenho, que é um dos “principais diferenciais do serviço” (eu concordo) — será possível otimizar cada máquina especificamente para o funcionamento do produto, aumentando a velocidade. Além disso, ao personalizar cada aspecto do hardware e software, a empresa pode reduzir seus custos de operação.
Mas como o Dropbox conseguiu migrar uma quantidade tão grande de dados? Obviamente, a transição demorou bastante: os trabalhos se iniciaram em 2013, quando os primeiros protótipos do novo sistema de armazenamento de dados foram desenvolvidos. Os arquivos dos usuários só começaram a ser espelhados entre servidores em agosto de 2014, quando o sistema passou a ser considerado estável. Em 27 de fevereiro de 2015, pela primeira vez, o Dropbox serviu arquivos que estavam salvos apenas em seus servidores.
Para não estourar o cronograma da migração, o Dropbox montou uma rede de alta velocidade capaz de transferir dados a taxas acima de meio terabit por segundo (!). A meta era fornecer pelo menos 90% dos arquivos por meio dos servidores próprios até o final de outubro de 2015 — eles conseguiram atingir a marca quase um mês antes, no dia 7 de outubro.
Agora, o objetivo é manter a estrutura funcionando para expandir o armazenamento até a casa dos exabytes e oferecer disponibilidade de mais de 99,99%. Apesar de manter a maior parte dos dados em seus servidores, a empresa ainda continuará utilizando a Amazon para armazenar arquivos na Alemanha: os clientes corporativos europeus poderão solicitar ao Dropbox que os dados sejam guardados em servidores dentro do continente.
É difícil até imaginar a complexidade de uma estrutura dessas.