FFZERO1 é um superesportivo elétrico com mil cavalos de potência

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 semanas
Faraday Future FFZERO1

Toda CES tem algum assunto que se sobressai. A edição de 2016, realizada nesta semana, está dando destaque ao setor automotivo, graças aos esforços de companhias como Google, Nvidia e Tesla em promover carros autônomos ou elétricos. Mas nesse meio também há ilustres desconhecidos. É o caso da Faraday Future, startup que está mostrando no evento um suntuoso carro-conceito elétrico com potência de mil cavalos: o FFZERO1.

Sim, a Faraday Future é uma startup, só que focada em carros. O objetivo da empresa não é necessariamente se tornar uma montadora, mas desenvolver uma plataforma que favoreça o uso de tecnologias disruptivas nos carros. O FFZERO1 é o primeiro fruto dessa ideia, ainda que não haja planos para torná-lo comercial.

Faraday Future FFZERO1

O veículo foi desenvolvido em cima de um conceito que a Faraday Future chama de Plataforma de Arquitetura Variável (VPA, na sigla em inglês), que servirá de base para a construção de outros carros.

Customizável, essa plataforma permite, por exemplo, que o veículo receba até quatro motores elétricos e tenha área “escalável” para as baterias — se necessário, é possível aumentar o espaço disponível para elas.

Faraday Future FFZERO1

No FFZERO1, a Faraday Future optou pela configuração mais avançada: o carro tem quatro motores (um para cada roda) que o fazem atingir 60 mph (97 km/h) em até três segundos. A velocidade máxima é de 200 mph (322 km/h). Nada mal, não?

Os atrativos não terminam aí: o parabrisa do carro usa realidade aumentada para exibir informações relevantes ao piloto, há um espaço no volante para fixação do smartphone (a ideia é que o aparelho sirva como GPS e dê acesso a configurações do veículo, por exemplo) e o assento do motorista tem inclinação de 45 graus, além de desenho inspirado em projetos da NASA que supostamente facilita a pilotagem ao mesmo tempo que diminui a fadiga. O modelo conta ainda com “túneis” de passagem de ar que esfriam as baterias e, claro, ajudam na aerodinâmica.

Faraday Future FFZERO1

Mas o aspecto que mais impressiona é o visual do FFZERO1. O design do carro é baseado em uma concepção chamada UFO Line criada por Richard Kim, ninguém menos que o principal projetista externo do i3 e do i8, da BMW.

Se você pensou que o “UFO” ali serve para insinuar que o carro é “coisa de outro mundo” ou algo assim, acertou. Porém, convenhamos, os traços nervosos do modelo fazem com que seja preciso muito esforço da nossa parte para não o compararmos a um Batmóvel.

Não veremos o FFZERO1 circulando por aí. Mas parte da tecnologia do carro pode, sim, chegar às ruas: o veículo é um conceito, mas a sua plataforma foi desenvolvida para ser aproveitada em outros projetos. A Faraday Future espera inclusive que a VPA seja a base de automóveis elétricos mais acessíveis e, assim, ajude a popularizar o segmento.

Nesse sentido, dá para considerar a startup uma possível grande rival para a Tesla, a maior referência do mercado para carros elétricos. Não é por acaso que um dos executivos mais importantes da Faraday Future é Nick Sampson, que foi diretor de engenharia da Tesla.

Faraday Future FFZERO1

Além de Tesla e BMW, a Faraday tem em seu quadro de colaboradores nomes que passaram por empresas como Porsche e Google. Pelo jeito, a empresa está mesmo disposta a se tornar símbolo de convergência na indústria automotiva. Para tanto, a companhia também promete novidades para a categoria de carros autônomos.

Veremos se será assim. A proposta da Faraday Future é empolgante (ainda que alguns pontos não estejam claros), mas chamar as atenções em uma feira de tecnologia é bem diferente de mostrar algo que funciona na “vida real”, coisa que a Tesla já faz.

Com informações: BBC, Business Insider

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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