Microsoft abrirá o código-fonte do Chakra, motor de JavaScript do Edge

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 2 semanas
O anúncio foi feito no evento JSConf US Last Call
O anúncio foi feito no evento JSConf US Last Call

Já não é novidade que a gestão de Satya Nadella vem causando grandes transformações na Microsoft. Ainda assim, a atual fase continua trazendo surpresas agradáveis (com algumas exceções, é verdade). É o caso de uma revelação feita no último final de semana: a companhia decidiu abrir o código-fonte da maior parte do Chakra, o motor de JavaScript do Edge e do Internet Explorer.

Sim, da maior parte, não de todo o Chakra. Mas os elementos mais importantes (mas que não são sensíveis aos negócios da empresa) estarão lá, segundo a Microsoft.

A versão que será disponibilizada como open source se chamará ChakraCore. Na comparação com o Chakra “normal”, ela só não possuirá a ligação entre os motores de JavaScript e HTML existente nos navegadores da Microsoft, assim como não terá acesso direto à Universal Windows Platform, um conjunto de tecnologias que visa facilitar o desenvolvimento de aplicativos que podem ser executados em ambientes distintos (dispositivos móveis e PCs, por exemplo).

O restante das características estará presente, entre elas, o mecanismo completo para processamento de JavaScript e o suporte a recursos como ECMAScript e asm.js. Um novo conjunto de APIs de diagnóstico também fará parte do pacote para facilitar os trabalhos de desenvolvimento a partir de plataformas diferentes. Faz bastante sentido: as APIs de diagnóstico originais do Chakra são voltadas apenas ao Windows.

Com a iniciativa, a Microsoft espera que a tecnologia do Chakra possa ir além dos navegadores e ser aproveitada em outras aplicações, especialmente aquelas que são baseadas nas nuvens.

Os atrativos não estão só na abertura do código, mas também nas promessas de desempenho. A primeira versão do Chakra surgiu em 2008. O software vem sendo aperfeiçoado desde então. Com a chegada do Windows 10, o Chakra ficou bastante otimizado na execução de JavaScript, conseguindo resultados animadores em benchmarks (pelo menos é o que a Microsoft garante).

Benchmarks - navegadores

Se o motor for amplamente adotado, o efeito direto deve ser o aperfeiçoamento do software: o ChakraCore poderá ser mantido e melhorado graças a esforços comunitários. Até mesmo gigantes como Intel e AMD já manifestaram intenção de contribuir com o projeto.

Há também um possível efeito indireto: ajudar a construir uma imagem positiva para a empresa. Desde que Nadella assumiu as rédeas da Microsoft, a companhia tem mostrado mais simpatia pelo open source e vem, aos poucos, tentando se aproximar das comunidades que trabalham com esse tipo de software. A estratégia parece estar dando resultado: como exemplo, a Microsoft abriu parte do código-fonte do framework .NET há pouco mais de um ano e foi bastante elogiada por isso.

Ficou interessado em conhecer tudo o que o ChakraCore tem a oferecer? Você só precisará de um pouquinho de paciência. O código-fonte do projeto será publicado no GitHub (sob uma licença MIT, provavelmente), mas não de imediato: a Microsoft espera fazê-lo em janeiro de 2016.

Com informações: Ars Technica

A nova Microsoft

017

Se houve uma empresa que mudou drasticamente nos últimos meses, esta empresa é a Microsoft. Sob nova direção desde fevereiro de 2014, a gigante do software está reformulando sua estratégia de negócios e fazendo coisas que, há alguns anos, ninguém imaginaria vindo de uma corporação poderosa, monopolista, imperialista e do mal. Não deu outra: a “nova Microsoft” foi assunto de um descontraído episódio do Tecnocast. Aperte o play e confira 😉

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Relacionados