In-situ Fabricator

Será que os robôs dominarão a construção civil? É muito cedo para afirmar, mas projetos de “robôs pedreiros” estão cada vez mais em evidência. Um que já foi noticiado aqui é o Hadrian, um robô capaz de assentar mil tijolos por hora. Mas há outro que promete ser o centro das atenções nos canteiros de obra: o In-situ Fabricator.

O nome tem alguma coisa de “Organizações Tabajara”, mas o projeto é bem sério. Em desenvolvimento pelo Centro Nacional de Competência em Pesquisa (NCCR, na sigla em inglês), na Suíça, o In-situ Fabricator é um braço mecânico robotizado montado sobre uma base móvel capaz de levantar paredes sozinho.

A proposta do projeto não tem nenhum mistério: o robô recebe uma programação e, a partir, passa a segui-la para colocar os tijolos. Quando uma etapa estiver terminada, ele se dirige ao ponto que lhe permite trabalhar em outra parede.

Para que isso seja possível, o In-situ Fabricator utiliza dois sistemas. Um cria um mapa tridimensional do local da obra. Com a ajuda de sensores e câmeras, o robô consegue calcular o tamanho de cada espaço da construção, saber onde está e em qual parede trabalhar. Esse sistema também o ajuda a calcular os movimentos certos para evitar acidentes. Assim ele consegue se adaptar até mesmo a áreas apertadas.

Esse sistema tem outra utilidade: o mapa tridimensional, por ser atualizado regularmente, pode ser usado para que engenheiros e arquitetos comparem o andamento da obra com o modelo original criado em CAD. Desse modo fica mais fácil identificar desvios ou falhas de projeto antes que o problema se torne maior.

O outro sistema é o que cuida da construção em si. Com ele, o braço consegue pegar o tijolo e posicioná-lo com precisão milimétrica na parede a ser construída. A parte mais interessante é que ele pode trabalhar com facilidade em projetos complexos, como muros “vazados” ou paredes curvadas.

A ideia, os projetistas da NCCR fazem questão de ressaltar, não é tornar robôs como esse substitutos para trabalhadores humanos nas construções, mas fazer as máquinas assumirem funções que agilizam a obra: o robô se encarrega do trabalho mais pesado, enquanto os funcionários cuidam de outros aspectos, como acabamento, passagem de fiação elétrica e preparação do chão.

Outro fator a se considerar é que, em muitos países, a quantidade de profissionais disponíveis para trabalhar em construção civil é cada vez mais limitada. Isso tem contribuído para que a indústria busque tecnologias capazes de amenizar esse problema.

De qualquer forma, falta muito para que o In-situ Fabricator seja presença constante em canteiros de obra. Por enquanto, o robô só tem desempenhado as suas funções nos laboratórios da NCCR. Ainda não está claro, por exemplo, como ele passará cimento nos tijolos, mas esse não deve ser um problema difícil de resolver.

Fato é que a gente pode mesmo esperar máquinas com tecnologia de ponta desempenhando diversas funções na construção civil. Além de robôs que levantam paredes, há projetos, por exemplo, para impressoras 3D que produzem blocos customizados para diminuir o desperdício de matéria-prima e os custos com transporte.

Com informações: Reuters, Robohub

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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