O Ibope mede a audiência da TV através do peoplemeter, equipamento instalado em milhares de domicílios brasileiros que monitora o canal que as pessoas estão assistindo. Mas esses números contam apenas parte da história: hoje, quase todos os principais fabricantes produzem smartphones e tablets que permitem assistir à TV digital em qualquer lugar. A partir deste mês, essa audiência também será considerada.
O sistema de medição, chamado de TDT Mobile, foi desenvolvido em parceria com a empresa japonesa Video Research, que mede a audiência da TV no Japão. Na prática, trata-se de um aplicativo para Android que pode ser instalado em smartphones e tablets (pelas pessoas selecionadas, claro) e envia constantemente ao Ibope as informações sobre o conteúdo consumido pelo usuário.
Alguns dados curiosos: nós sabemos que, com poucas exceções (como os Xperia Z), o recurso de TV digital é voltado aos aparelhos de baixo e médio custo. No entanto, quem mais viu televisão pelo smartphone ou tablet na Grande São Paulo foi a classe AB, com 58% da fatia. Smartphone é coisa de gente jovem? Nem tanto: 70% do consumo de TV digital nos dispositivos móveis são de pessoas com idade entre 35 e 49 anos.
O horário de pico da TV móvel também é diferente da TV convencional: as maiores audiências ocorrem no almoço (entre 12h e 14h) e quando todo mundo está parado no trânsito (entre 17h e 21h), pegando um pouco do “horário nobre” que conhecemos. Até agora, a maior audiência registrada pelo Ibope nos dispositivos móveis aconteceu em uma quinta-feira.
Por enquanto, as medições são realizadas apenas nos smartphones e tablets da Grande São Paulo, mas o Ibope também registrará a audiência no Rio de Janeiro em breve. Os dados serão somados com a audiência da TV convencional.
O que uma concorrência a mais não faz, né?